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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O inesperado duelo pelos votos da esquerda na eleição de Porto Alegre

Ex-líder nas pesquisas, a deputada do PT Maria do Rosário vê a pedetista Juliana Brizola crescer nos levantamentos desta semana

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 set 2024, 20h25 - Publicado em 25 set 2024, 16h27

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disparou nas últimas pesquisas eleitorais e abriu uma disputa por um lugar no segundo turno (se tiver) entre as candidatas de esquerda. Os números mostram a ex-deputada estadual e ex-vereadora Juliana Brizola (PDT) em posição próxima à da deputada federal Maria do Rosário (PT), que já chegou a liderar os levantamentos de intenção de voto. Juliana, que é neta do ex-governador Leonel Brizola, é apoiada pelo governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).

Na semana passada, o instituto Quaest mostrou Melo com 41%, dezessete pontos à frente de Maria do Rosário, que aparece com 24% contra 17% da pedetista. No limite da margem de erro de três pontos, a distância entre as duas candidatas poderia ser de apenas um ponto percentual.

O coordenador da campanha petista, Cícero Balestro, atribui boa parte da diferença à exposição de Melo no horário eleitoral. O prefeito tem o dobro de tempo de rádio e televisão do que as adversárias. “Ele tem cerca de 1.700 inserções, nós 682. É muita diferença”, diz. Ele nega, porém, que haja risco de não chegar ao segundo turno, quando o tempo de exposição dos candidatos na propaganda obrigatória se iguala e há, nas palavras de Balestro, “paridade de armas”.

“Nós temos segurança que vamos chegar ao segundo turno. Há diferentes pesquisas, com diferentes metodologias”, diz o petista que lembrou da campanha de Edegar Pretto (PT) ao governo do Estado em 2022. Ele ficou em terceiro lugar, apenas 2.441 votos atrás do governador Eduardo Leite (PSDB). “A uma semana da eleição, o Edegar tinha 10%”, lembra.

Apesar do discurso otimista, os números fazem com que a campanha de Juliana Brizola (PDT) acredite em condições reais de seguir ao segundo turno. “Já vinha aparecendo resultados semelhantes nos nossos trackings internos e em outras pesquisas. Na verdade, para a gente, foi só a confirmação da tendência”, disse o marqueteiro Paulo Loiola, responsável pela comunicação da campanha da pedetista.

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Com a tendência de crescimento de Juliana, a candidata mira na rejeição de Maria do Rosário, que cresceu seis pontos percentuais na última pesquisa Quaest. “As pessoas veem que, com a rejeição da Rosário, ela não vai conseguir ganhar do Melo. Tem um público dela que vai para a Juliana”, avaliou Loiola, que também considera que o eleitorado identificado com a esquerda não irá apoiar o prefeito. “É muito possível que o público da esquerda tenha uma grande rejeição ao Melo e se agregue à campanha da Juliana”, concluiu.

De acordo com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira o instituto AtlasIntel divulgará uma nova pesquisa de intenção de voto com o cenário mais atualizado da disputa em Porto Alegre. O Real Time Big Data divulga os dados na próxima segunda-feira.

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