Os líderes do Movimento Brasil Livre (MBL) preparam uma ação para tentar salvar o mandato do deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (Podemos), o youtuber conhecido como Mamãe Falei, após as doze representações recebidas pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa em razão dos áudios em que o parlamentar diz que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”.
Eles querem evitar a cassação do deputado mesmo após o anúncio de que Arthur do Val estava deixando o grupo de atuação política nascido em 2014 na esteira da oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT). O parlamentar já havia sido expulso também do Podemos, partido do ex-juiz e agora presidenciável Sergio Moro, no fim da manhã desta terça.
Segundo Renan Santos, coordenador nacional do MBL que estava com Do Val na Ucrânia, os detalhes da ação serão repassados aos militantes pelo aplicativo Telegram. Santos já vem dando as linhas gerais da defesa. Vão tentar dizer que a frase absurda do deputado foi um erro, mas que do Val “não é ladrão”. Vão dizer ainda que o deputado lutou contra aumentos de impostos propostos pelo governo João Doria (PSDB) na Assembleia paulista. Por fim, vão divulgar um “call to action” (chamada para a ação) para que os militantes pressionem o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB) e os integrantes da comissão de ética para arquivarem o procedimento contra o parlamentar.
Renan fez uma fala aos gritos, repletas de palavrões, nas redes sociais na noite de segunda-feira em que deu as linhas dessa estratégia. Ele deu a entender que se Arthur do Val for cassado, seus principais aliados, o deputado federal Kim Kataguiri (Podemos-SP) e o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (Podemos) também correriam riscos de cassação.