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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O que Lula vai fazer para atrair eleitores da classe média

Campanha petista vê espaço para ele angariar mais votos nessa faixa do eleitorado

Por Da Redação Atualizado em 30 ago 2022, 13h38 - Publicado em 30 ago 2022, 11h04

Líder nas pesquisas de intenção de voto à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensifica, na largada da campanha presidencial, esforços para atrair votos na classe média, faixa que representa 41% do eleitorado, segundo projeção do Datafolha. A estratégia busca avançar alguns preciosos pontos nas pesquisas, ainda na expectativa de uma cada vez menos provável vitória em primeiro turno.

Como mostra reportagem de VEJA nesta semana, em meio a um avanço do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre eleitores que ganham de dois a cinco salários mínimos – ultrapassou Lula em agosto e marcou 41% a 38%, segundo o Datafolha – e à vantagem que o capitão mantém entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos (47% a 34%), a busca do ex-presidente pelos votos da classe média se baseia também em uma pesquisa interna do PT concluída há três semanas.

O levantamento mostrou que os eleitores decididos a votar em Lula e Bolsonaro somam 73% do eleitorado. Dos demais 27%, segundo a pesquisa, há 9% de indecisos que consideram votar no petista, entre os quais há forte presença da classe média, sobretudo de eleitores com renda acima de 5.000 reais mensais e religiosos, principalmente evangélicos, outro campo em que a campanha lulista tenta conter danos causados por fake news para avançar. A meta da campanha do ex-presidente é consolidar ao menos um terço desses votos ainda no primeiro turno.

Assim, Lula deve dedicar mais tempo e discurso a temas como a atualização da tabela do imposto de renda, para a qual o petista avalia ampliar a faixa de isenção àqueles que ganham até 5.000 reais, em um tópico visto como promessa descumprida do governo Bolsonaro. Também vai falar mais em meios de atenuar o endividamento das famílias e facilitar o pagamento de débitos – tema abordado por ele ao fim da entrevista ao Jornal Nacional –, além da retomada da política de ganho real do salário mínimo e da sinalização de reajustes ao funcionalismo público, à medida que a economia se recupere.

Ainda está na pauta do líder nas pesquisas diversificar a atuação do BNDES, ampliando-a a pequenos e médios empreendedores. Assim como os autônomos, a categoria compõe outro foco da ofensiva, enquanto integrante da faixa da classe média que ganha mais de cinco salários mínimos.

A lógica econômica por trás de todas essas medidas já foi vista nos governos do PT, sobretudo quando a economia crescia na casa dos 7% ao ano, e não sai da boca de Lula: o estímulo ao consumo, visto pelo petista e aliados próximos como chave de indução do crescimento econômico. “À medida que se amplia o consumo, se força o crescimento da produção, de outras atividades integradas e o país cresce, gera renda e emprego”, diz o ex-governador do Piauí Wellington Dias, um dos coordenadores da campanha de Lula.

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