O jatinho que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de São Paulo para Curitiba na manhã desta quarta-feira está registrado em nome de uma empresa de Walfrido Mares Guia, ex-ministro do petista, que já foi alvo de investigações da Polícia Federal. A Samos Participações, com sede em Belo Horizonte, chegou a ter seus sigilos bancário e fiscal quebrados durante as investigações do chamado “mensalão mineiro”, operado por Marcos Valério de Souza, o mesmo do mensalão petista, que estouraria anos depois.
A história dos dois mensalões, como se sabe, é um curioso ponto de contato entre o PSDB e o PT. O primeiro beneficiou a campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas, em 1998. E o segundo, menos de uma década depois, serviu para comprar, com recursos ilícitos, apoio parlamentar ao governo Lula. Ambos tinham Marcos Valério como operador.
Walfrido dos Mares Guia, o dono do jato usado por Lula, é outro ponto de convergência entre os dois casos: de aliado histórico dos tucanos, ele passou a amigo dileto de Lula após o petista assumir a Presidência da República, em 2003. Durante as investigações do mensalão mineiro, a Polícia Federal encontrou indícios de que a Samos, a empresa de Walfrido em nome da qual o jatinho Citation está registrado, injetou recursos no esquema operado por Marcos Valério.