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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Ofensiva contra Marçal faz Tabata disparar em audiência nas redes

Com novo foco em atacar o coach, deputada mais que triplica visualizações no TikTok em uma semana, indica relatório Democracia em Xeque

Por Bruno Caniato Atualizado em 29 ago 2024, 18h55 - Publicado em 29 ago 2024, 16h42

A nova estratégia de campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB) nas redes sociais já dá indícios de avanço sobre os demais candidatos à prefeitura de São Paulo — pelo menos, no que diz respeito à audiência digital. Após uma semana de publicações com foco em atacar o coach Pablo Marçal (PRTB), o total de visualizações dos vídeos da parlamentar no TikTok disparou 240% e chegou a mais de 3,1 milhões em seis dias.

Os dados foram disponibilizados pelo instituto Democracia em Xeque, que monitora o discurso eleitoral e campanhas de desinformação nas plataformas digitais. A pesquisa foi realizada em conjunto com o Observatório de Conflitos na Internet da Universidade Federal do ABC (UFABC) com apoio da Fundação Heinrich Böll.

Nas últimas duas semanas, os pesquisadores do grupo observaram mudanças expressivas no tom da campanha de Tabata no TikTok: antes voltado para promover a trajetória pessoal da deputada, com origens na periferia da capital paulista, e suas propostas para a educação e a segurança pública, a dinâmica foi redirecionada para viralizar denúncias, respostas e ataques diretos a Marçal.

Entre os dias 15 e 21 de agosto, o perfil de Tabata na rede social chinesa publicou dezoito vídeos e obteve 913,6 mil visualizações — segundo melhor resultado entre os principais candidatos ao Executivo paulistano, mas equivalente a apenas 15% das quase 6 milhões de reproduções de Marçal no mesmo período. Já entre os dias 22 e 27 deste mês, o volume de postagens caiu abaixo da metade, mas a audiência mais que triplicou: as oito publicações somaram mais de 3,1 milhões de acessos, beirando os 3,3 milhões acumulados pelo coach em nada menos que 66 vídeos.

Bloqueado, Marçal usa contas alternativas e ainda lidera em público

No último domingo, 24, a Justiça Eleitoral de São Paulo determinou o bloqueio dos perfis de Pablo Marçal nas plataformas digitais, acatando uma ação movida pelo PSB por indícios de abuso de poder econômico com a remuneração por compartilhamento de vídeos. Desde então, o coach migrou a campanha para contas reservas: o perfil alternativo no Instagram já acumula 3,6 milhões de seguidores, e as páginas administradas por apoiadores se multiplicaram pelo TikTok.

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Algumas das dezenas de contas reservas e mantidas por apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) no TikTok
Algumas das dezenas de contas reservas e mantidas por apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) no TikTok (Reprodução/TikTok)

A derrubada das contas principais cobrou seu preço na audiência do coach: na semana anterior ao bloqueio, Marçal era autor de quatro dos cinco vídeos mais visualizados no TikTok (sendo o quinto uma publicação do jornal O Estado de S. Paulo sobre ele), somando mais de 3,5 milhões de visualizações. Na semana seguinte, que inclui o período pós-decisão judicial, o candidato goiano ainda era o tema das principais publicações, mas tinha somente uma de sua autoria no “top 5”, com 231 mil reproduções; as duas postagens mais acessadas eram, justamente, ataques de Tabata ao rival, assistidas quase 3 milhões de vezes pelos usuários.

Apesar do revés na Justiça, a monstruosa máquina de engajamento digital comandada por Marçal mantém o coach na liderança da audiência no TikTok. “A presença digital do candidato passou a ser majoritariamente composta de cortes de entrevistas em que Marçal responde a questionamentos de jornalistas e se defende de críticas. O conteúdo divulgado reflete um esforço de Marçal para reagir às acusações que levaram à suspensão de seus perfis, posicionando-se como vítima de censura”, escrevem os pesquisadores do Democracia em Xeque no relatório.

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