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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Os cinco senadores citados por Mauro Cid em delação sobre golpe

Segundo ex-ajudante de Bolsonaro, alguns grupos apoiavam intervenção do ex-presidente e outros setores o aconselhavam a desistir

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jan 2025, 11h44

Cinco senadores da República estão entre os nomes que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, mencionou à Polícia Federal no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. De acordo com a delação, alguns destes parlamentares incitavam o ex-presidente a autorizar uma intervenção militar, enquanto outros o aconselhavam a desistir do plano.

Segundo Cid, em meio à onda de protestos desencadeados após as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro recebeu dezenas de autoridades no Palácio do Alvorada, em diversas ocasiões, para discutir a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-assessor, presente na maioria destas reuniões, dividiu os nomes entre grupos mais “radicais”, apoiadores da intervenção, e “moderados”, que recomendavam ao ex-presidente que “mandasse o povo pra casa” e reconhecesse a derrota.

O depoimento que o tenente-coronel deu à PF em agosto de 2023 foi publicado na íntegra no último domingo, 26, pelo jornal Folha de S.Paulo.

‘Para onde o presidente mandasse, o povo iria’

Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), então ministro da Casa Civil, e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram citados por Cid como integrantes de “um grupo bem conservador, de linha bem política”, que buscavam dissuadir o presidente de intervir nos resultados eleitorais. A sugestão era que Bolsonaro convocasse o fim dos protestos e reconhecesse a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

“[os integrantes deste grupo] aconselhavam o Presidente a mandar o povo para casa, e colocar-se como um grande líder da oposição; QUE diziam que o povo só queria um direcionamento; QUE para onde o PRESIDENTE mandasse, o povo iria” , diz o trecho da delação.

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Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) (Andressa Anholete/Agência Senado)

Além de Flávio e Nogueira, Cid incluiu nesta ala o brigadeiro Carlos Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica, e Bruno Bianco, que à época chefiava a Advocacia-Geral da União (AGU).

Ala dos ‘radicais’ envolvia três senadores

Do outro lado, de acordo com Cid, havia um grupo de aliados de Jair Bolsonaro dedicados a levar adiante um golpe de Estado. Nesta ala “radical”, foram citados os senadores Magno Malta (PL-ES) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), além de Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário nacional de Pesca e recém-eleito ao Senado.

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Entre os radicais, Heinze é apontado como apoiador da narrativa de fraudes nas urnas eletrônicas, buscando ativamente indícios de manipulação das eleições para justificar a anulação da vitória de Lula. “O Senador HEINZ (sic), que também integrava esse grupo, usava um documento do Ministério Publico militar que dizia que como o país estava em GLO [Garantia da Lei e Ordem], para garantia das eleições, o Senador entendia que as forças armadas poderiam pegar uma urna, sem autorização do TSE ou qualquer instancia judicial, para realização de testes de integridade”, diz Cid em depoimento.

Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS), Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES)
Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS), Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES) (Andressa Anholete/Geraldo Magela/Pedro França/Agência Senado)

Já Malta e Seif constam na delação como integrantes de um segmento ainda mais extremista, defensor de um golpe de Estado com total apoio militar. Para esta turma, a base “legal” para uma intervenção seria uma distorcida interpretação do Artigo 142 da Constituição sobre as atribuições das Forças Armadas.

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“O segundo grupo de “radicais” era a favor de um braço armado. QUE gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado; QUE queria que ele assinasse o decreto; QUE acreditavam que quando o Presidente desse a ordem, ele teria apoio do povo e dos CACS: QUE ‘romantizavam’ o art. 142 da Constituição Federal como o fundamento para o Golpe de Estado”, afirma o documento.

Este segundo grupo, delata Cid, não era tão organizado e consistia em “pessoas que se encontravam com o presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente”. Além de Malta e Seif, estariam neste segmento os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Onyx Lorenzoni (PL-RS); o ex-assessor especial da Presidência, Filipe Martins; o general Mario Fernandes, ‘kid preto’ indiciado pela PF; e o então ministro do Turismo, Gilson Machado (PL).

Ruralistas queriam ajudar Bolsonaro a fugir do país

Ainda de acordo com o depoimento, no decorrer das reuniões, o senador Magno Malta deixou de apoiar o golpe armado e se uniu a um terceiro grupo, o dos “moderados”, que defendiam que Jair Bolsonaro deveria deixar o Brasil antes da posse de Lula.

Esta ala, além de Malta, seria composta por Paulo Junqueira, empresário do agronegócio e presidente da Associação Rural de Ribeirão Preto, e por Nabhan Garcia, ex-secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo Cid, Junqueira “financiou a viagem do presidente para os EUA” após as eleições de 2022.

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