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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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PF abre 67 inquéritos sobre nazismo em cinco anos, mais da metade em 2023

Maioria das investigações tem como alvos grupos extremistas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 Maio 2024, 14h53 - Publicado em 20 Maio 2024, 14h46

A Polícia Federal abriu 67 inquéritos para investigar casos de apologia ao nazismo entre 2020 e 2023. Destes, 47 já foram encerrados. Os dados foram obtidos pela Fiquem Sabendo, agência especializada no acesso a informações públicas.

O levantamento tem como base o artigo 20 da lei 7.716/1989, segundo o qual é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”, sob pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

Só em 2023, a PF abriu 37 investigações, mais da metade do registrado no período de cinco anos. Só nos primeiros meses deste ano já foram instaurados seis inquéritos do tipo. Veja os números dos outros anos:

  • 2020: 9
  • 2021: 6
  • 2022: 9
  • 2023: 37
  • 2024: 6

Os dados indicam que a maioria das investigações ocorreu no estado de São Paulo (21), seguido por Rio Grande do Sul (8) e Paraná (7). Dos seis inquéritos abertos neste ano, dois estão em São Paulo. Os outros quatro foram registrados no Acre, Mato Grosso, Minas Gerais e Santa Catarina.

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Células neonazistas

Como VEJA mostrou, o número de células neonazistas explodiu no Brasil nos últimos anos: passou de 72 em 2015 para 1 117 em 2022, segundo monitoramento feito pela antropóloga Adriana Dias, uma das maiores referências em pesquisa sobre o tema no país, morta em janeiro de 2023.

Esses grupos atuam no Facebook, Instagram, Twitter e em plataformas menos conhecidas, como a rede social russa VK e a americana Gab, além de fóruns on-line e endereços da deep web, o submundo da internet. A maioria das células está em São Paulo e Santa Catarina.

Investigações nos estados

Além da Polícia Federal, as polícias estaduais também apuram casos de apologia ao nazismo. Na última quarta-feira, 15, a Polícia Civil de Santa Catarina, por intermédio da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância, cumpriu dois mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre a comercialização ilegal de objetos nazistas, iniciada há seis meses.

Os agentes apreenderam um celular e objetos em alusão à  Schutzstaffel, a polícia da Alemanha nazista, em Navegantes (SC), e bandeiras, camisetas e medalhas de cunho nazista e supremacista em Belo Horizonte, em Minas Gerais.

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