Uma megaoperação envolvendo agentes de segurança de Brasil, Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália, Sérvia, Emirados Árabes Unidos e Turquia desarticulou uma quadrilha internacional de tráfico de drogas que transportava cocaína fabricada na América do Sul para a Europa, usando como rotas países do Leste Europeu.
A força-tarefa começou na quarta-feira, 12, mas foi divulgada apenas nesta quinta, 13. Quarenta pessoas foram presas no Brasil, na Alemanha, na Sérvia, na Espanha e na Turquia e 3 milhões de dólares foram apreendidos apenas em território internacional.
Além dessa quantia, os agentes de segurança, coordenados pela Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), apreenderam mais 12,5 milhões de euros. Em reais, a soma de todas as apreensões chega a 88,6 milhões de reais na cotação atual. Cinquenta milhões de euros foram bloqueados na Sérvia.
Joias, relógios de luxo, equipamentos eletrônicos e armas de fogo e munições também foram apreendidos na operação internacional.
A droga traficada pela quadrilha é produzida na Colômbia, no Brasil e no Equador. Os líderes da organização criminosa estavam vivendo temporariamente em Dubai e na Turquia, mas tinham braços nos países da região dos Bálcãs. O grupo é investigado e alvo de operações há três anos.
Rota europeia
Um dos novos focos de investigação do tráfico de entorpecentes fabricados na América Latina (incluindo o Brasil) é o fato de traficantes terem voltado a entrar com droga pela Europa através de países da região dos Bálcãs. No final do ano passado, um traficante sérvio que fugiu de prisões brasileiras foi capturado tentando entrar com 2,7 toneladas de cocaína em Belgrado, capital do seu país natal.
Preocupação mundial
A questão é alvo de preocupação de autoridades do mundo todo. Em abril deste ano, uma comitiva de autoridades da Justiça da Romênia e da República Tcheca esteve no Brasil — e o tráfico internacional de drogas foi um dos assuntos tratados. A atual gestão da Procuradoria-Geral da República (PGR) brasileira está organizando novos grupos de trabalho para atuar no enfrentamento específico desse segmento criminoso.