PL deixa com Bolsonaro decisão sobre o filho Carlos tentar o Senado por SC
A depender da cúpula do partido, o vereador carioca será um dos nomes da sigla na urna pelo estado do Sul, apesar de pressões contrárias

O vereador carioca Carlos Bolsonaro depende apenas da decisão do pai, Jair, para ser um dos nomes do PL na disputa por uma vaga ao Senado em Santa Catarina nas eleições do ano que vem. A cúpula nacional da legenda vê a eleição do filho Zero Dois do ex-presidente como garantida caso se concretize a possibilidade. O otimismo entre os líderes partidários com nome de Carlos fez com que a legenda colocasse como meta abocanhar as duas vagas ao Legislativo que estarão em disputa em 2026 para fortalecer a bancada bolsonarista no Senado. “Se Bolsonaro decidir, a candidatura dele é certa. O PL vai apoiar”, disse uma fonte ligada ao partido.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não esconde que tem como prioridade ampliar o número de cadeiras entre seus aliados. A meta, no melhor cenário, é chegar a 59 ou 60 das 81 cadeiras disponíveis na Casa após a eleição, que vai renovar 54 vagas.
Em diversas oportunidades, Bolsonaro afirmou que precisa de, pelo menos, metade da Câmara dos Deputados e metade do Senado “para mudar o Brasil”. O principal trunfo com eleição de aliados é pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação em que o capitão da reserva figura como réu por suposta participação em tentativa de golpe. Outro projeto de interesse seria impor tempo de mandato aos ministros da Corte — hoje, a aposentadoria é compulsória aos 75 anos.
Nos últimos dias, a possível transferência eleitoral de Carlos Bolsonaro recebeu críticas de aliados bolsonaristas em Santa Catarina. Mesmo assim, o PL insistirá na ideia de lançar o vereador carioca na empreitada pelo Senado, “apesar das pressões”. Ainda figuram como possíveis candidatas ao Senado pelo PL as deputadas federais Julia Zanatta e Caroline de Toni.
O Zero Dois está no sexto mandato como vereador na capital fluminense. Ele já passou por PP, PTB, PFL, PSC e Republicanos antes de entrar para o PL. Nas eleições de 2018, cuidou da parte de marketing da campanha de Jair Bolsonaro.