Polícia investiga desaparecimento de aluna trans da Unesp como feminicídio
Carmen de Oliveira Alves, 25, foi vista pela última vez em Ilha Solteira (SP), onde estudava, no dia 12 de junho; namorado é o principal suspeito de crime

A polícia de São Paulo investiga o desaparecimento de uma mulher trans de 26 anos que estudava na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira. As autoridades trabalham com a hipótese de que o caso se trate de um feminicídio.
Carmen de Oliveira Alves, 25, foi vista pela última vez em Ilha Solteira no dia 12 de junho. E, justamente devido ao longo período, a polícia acredita que ela tenha sido assassinada. O principal suspeito do crime é o namorado dela, Marcos Yuri Amorim.
De acordo com as investigações, ele teria cometido o crime após ela pressioná-lo para assumir o relacionamento deles publicamente. Para tanto, Carmen teria feito um documento com uma lista de crimes que ele cometeu e teria ameaçado divulgá-los caso a relação não fosse assumida.
Tanto Amorim quanto um amigo dele, um policial militar, foram conduzidos à delegacia e ouvidos na última quinta-feira, 10. Eles permaneceram à disposição da Justiça até o momento. O caso segue sendo investigado, para confirmar as hipóteses e encontrar o corpo de Carmen, por meio de inquérito policial instaurado pela delegacia de Ilha Solteira.
Crime de feminicídio são assassinatos de mulheres motivados pela condição da vítima de ser uma mulher. Esses crimes são classificados como violência doméstica e, costumeiramente, são cometidos por homens que se relacionam com elas.
Os suspeitos também podem ser enquadrados em crimes de transfobia — crimes de ódio cometidos em razão da identidade de gênero de pessoas trans. Transfobia foi equiparada ao crime de racismo pela Justiça brasileira. Em alguns casos, os crimes de transfobia também são considerados casos de feminicídio.