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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Por que o PCdoB brigou para reconduzir Ednaldo Rodrigues ao comando da CBF

Interesse da sigla está na cadeira de secretário-geral, cuja indicação é da presidência da entidade e que era ocupada por dirigente ligado ao partido

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 17h07 - Publicado em 4 jan 2024, 19h10

O PCdoB foi o autor da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) que garantiu o retorno de Ednaldo Rodrigues ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A sigla conseguiu nesta quinta-feira, 4, uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a medida.

O movimento está relacionado a um interesse do partido no cargo que fica logo abaixo da presidência na estrutura hierárquica da CBF. Na gestão do dirigente afastado, o secretário-geral era Alcino Reis Rocha, ligado ao PCdoB, que agora também será reconduzido ao posto. De acordo com o estatuto da CBF, a indicação do secretário-geral é uma escolha do presidente. Por isso, desde que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tirou Rodrigues da cadeira, por efeito dominó, Rocha também havia saído da cúpula da entidade.

O antigo secretário-geral fez carreira em postos políticos em razão de sua ligação com o PCdoB. Trabalhou no Ministério do Esporte na gestão de Orlando Silva (PCdoB-SP), hoje deputado federal. O parlamentar chefiou a pasta de 2007 a 2011, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Nesse período, Rocha foi chefe de gabinete, presidente da comissão técnica da Lei de Incentivo ao Esporte, assessor especial para futebol, coordenador do Grupo Executivo para a Copa de 2014 e secretário nacional de Futebol.

Este não foi o único cargo ocupado por Rocha em razão de sua ligação com o PCdoB. Quando o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi prefeito de São Paulo, Rocha atuou como diretor-presidente da SPTuris, a estatal responsável pelo setor de turismo e eventos da administração paulistana.

O secretário-geral é considerado um “braço-direito” do presidente da CBF, por ser responsável pelas relações institucionais da entidade com o governo. Por isso, o fato de Rocha estar na cadeira fortalece o trânsito do PCdoB, que perdeu espaço no segmento do esporte nos últimos anos. O Ministério hoje é comandado por André Fufuca (PP-MA), que recebeu a pasta a partir de um arranjo que o governo fez para acomodar o Centrão na Esplanada.

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Ação no STF

O PCdoB entrou com a ADI em dezembro argumentando que a Justiça do Rio estaria interferindo na autonomia da organização esportiva e que o Brasil poderia ficar de fora do torneio pré-olímpico pela possibilidade de a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a FIFA não reconhecerem a diretoria interina.

Nesta quinta-feira, 4, tanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto a Advocacia-Geral da União (AGU) opinaram pelo retorno de Rodrigues à presidência da CBF.

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