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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Presidente do PSDB, Bruno Araújo relativiza carta em que deu apoio a Doria

‘Em política, tem algo que vale mais que papel e carta. São os fatos e acontecimentos’, disse o dirigente; para ele, decisão final incluirá outros partidos

Por Bruno Ribeiro Atualizado em 1 abr 2022, 15h59 - Publicado em 1 abr 2022, 14h18

Um dia depois de ter de divulgar uma carta reafirmando que o candidato à Presidência pelo PSDB é o governador de São Paulo, João Doria, o presidente da sigla, Bruno Araújo, relativizou a importância do documento e admitiu tanto que há setores do tucanato contrários à candidatura do paulista quanto que o nome final da legenda para o cargo nas eleições será decidido apenas após negociações com MDB, União Brasil e Cidadania.

“Tem de perguntar ao João Doria”, disse Araújo, ao ser questionado sobre a importância da carta. “Se a carta era um instrumento para dar estabilidade, ela o fez e aconteceu. Em política, tem algo que vale mais do que papel e carta. São os fatos e acontecimentos, e isso é mais relevante” afirmou.

A carta foi uma exigência de Doria para continuar com o plano, negociado desde 2018, de renunciar ao cargo de governador para dar lugar ao vice, Rodrigo Garcia, que disputará a eleição para o comando do estado neste ano. Doria temia sofrer “um golpe”, como ele disse, do adversário Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, que havia sido derrotado nas prévias do partido para a Presidência, mas ainda tentava sair candidato.

Araújo fez uma defesa enfática de Leite, dizendo que o gaúcho “teve comportamento extremamente maduro, ético e correto”, uma vez que “poderia ter usado a crise em São Paulo para gerar outra crise”, mas não o fez.

O presidente do PSDB ainda buscou destacar que o nome de Doria será levado para as conversas com os demais partidos e que só a partir dessas discussões a chapa final será decidida. “A resolução dessa candidatura não será do PSDB, não será minha, não será de João Doria e muito menos de Eduardo Leite. Ela será fruto de um entendimento político de algo maior”, afirmou em São Paulo, nesta sexta-feira, 1º, logo após a filiação do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia ao PSDB.

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Por fim, o líder tucano reconheceu a falta de concordância da sigla acerca do nome de Doria. “O partido está unido no propósito de construir uma candidatura. Claro que há uma discordância na candidatura de João Doria porque é evidente o grau de oposição interna. Mas temos um jogo a ser jogado”, disse.

Eleição em São Paulo

Araújo falou ainda que a “prioridade nacional” do partido era a reeleição de Rodrigo Garcia – cuja candidatura ficou em risco com o movimento de Doria anteontem – em conjunto com outra prioridade, que é “construir uma candidatura nacional”, sem citar, entretanto, o nome de Doria.

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