Quem é Capitão Assumção, deputado bolsonarista preso pela PF no ES
Pré-candidato à prefeitura de Vitória é detido a mando de Alexandre de Moraes por descumprir uso de tornozeleira
Na quarta-feira, 28, o deputado estadual Capitão Assumção (PL-ES) foi preso pela Polícia Federal pelo descumprimento de medidas cautelares. O parlamentar capixaba é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por incitar atos antidemocráticos, disseminar fake news e promover ataques contra integrantes do Judiciário.
Pelas redes sociais, o senador Magno Malta (PL-ES), presidente estadual do partido, informou que Assumção estava em um templo da Igreja Cristã Maranata na noite de ontem em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, quando foi detido por agentes da PF. A ordem de prisão veio do ministro do STF Alexandre de Moraes, a pedido do Ministério Público do Espírito Santo — a justificativa é que o parlamentar teria desobedecido uma decisão prévia de Moraes que o proibia de deixar o estado e obrigava o uso de tornozeleira eletrônica.
Além de integrar a Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Assumção já atuou como deputado federal pelo PSB entre 2009 e 2011, assumindo após a renúncia do colega Neucimar Fraga. Ele é policial militar da reserva e pré-candidato pelo PL à prefeitura de Vitória de 2024 — a assessoria de Magno Malta confirmou que o nome de Assumção para as eleições municipais de 2024 está mantido.
Atos antidemocráticos
Em dezembro de 2022, Capitão Assumção foi alvo da PF no âmbito de uma investigação do STF sobre incitação a atos contra a democracia. Na época, ele não chegou a ser preso, mas foi colocado em monitoramento eletrônico por medida cautelar de Moraes.
Embora proibido de utilizar as redes sociais, o parlamentar vinha recorrentemente fazendo publicações de caráter golpista e com ataques a ministros do Supremo. Ao longo do ano passado, o deputado usou seus perfis para acusar integrantes do STF de dar “golpe de Estado”, declarar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não subiria a rampa do Planalto e até compartilhar vídeos dos atentados contra os prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Em fevereiro do último ano, durante uma sessão legislativa na assembleia estadual, Assumção chegou a remover a tornozeleira eletrônica por cerca de cinco minutos, declarando ironicamente que o aparelho estaria atrapalhando sua fala.