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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Servidor é morto a tiros em meio a movimento do Ibama por mais segurança

Brigadista de TO era alvo de ameaças por atuação contra queimadas, caça e pesca ilegal na Ilha do Bananal; órgão quer ter armas e colete à prova de balas

Por Victoria Bechara Atualizado em 17 jun 2024, 17h52 - Publicado em 17 jun 2024, 16h00

Um servidor do Ibama foi morto a tiros neste sábado, 15, em Formoso do Araguaia, no Tocantins. Sidiney de Oliveira Silva, conhecido como Neném ou Nenê, atuava no combate a incêndios florestais e era presidente da Associação de Brigadistas da Brigada Federal (Brif) Nordeste.

Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, ele estava checando a água e o óleo do carro estacionado na frente de sua casa, por volta das 7h30, quando foi alvejado por tiros de espingarda. O disparo teria partido de um imóvel abandonado em frente à residência. Um vizinho informou à polícia que, antes de amanhecer, viu um homem de jaqueta e capacete em cima de uma moto, na esquina. Essa pessoa teria passado um tempo no local pouco antes do tiro. O caso é investigado pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 17, o Ibama informou que Sidiney havia sido contratado temporariamente para atuar no combate aos incêndios deste ano, mas foi assassinado antes de começar os trabalhos. O instituto se solidarizou com a morte do brigadista e agradeceu pelos anos de dedicação. “Ele tinha vasta experiência no manejo integrado do fogo e operava equipamentos usados nos combates aos incêndios, como o Sling Dragon, usado em queimas prescritas a partir de helicópteros. Os brigadistas e toda a equipe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e do Ibama prestam agradecimento à família e aos amigos pelos anos de trabalho e dedicação do brigadista Neném em defesa da natureza”, diz o comunicado.

A Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), que representa os servidores do Ibama, afirmou que Sidiney era alvo de ameaças por sua ação na proteção aos povos indígenas e contra queimadas, caça e pesca ilegal na Ilha do Bananal. “Nenê era um símbolo na luta contra os incêndios florestais e na proteção da ilha. Ele dedicou sua vida a proteger nossas florestas, a fauna e os indígenas. A Ascema Nacional lamenta profundamente essa perda irreparável e destaca a urgente necessidade de que crimes contra ambientalistas, como o caso do Nenê, sejam solucionados com agilidade e que os responsáveis sejam exemplarmente punidos. Que o legado de Nenê inspire a todos na contínua luta pela preservação do meio ambiente e pelos direitos dos povos indígenas”, afirma a entidade. 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, prestou solidariedade à família e amigos de Sidiney e cobrou a investigação do caso. “As pessoas precisam entender que não se trata de uma questão nós contra eles, preservar os biomas é crucial para a sobrevivência humana. Que os culpados por esse crime bárbaro sejam encontrados e presos o mais rápido possível!”, escreveu nas redes sociais. 

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Falta de segurança

Relatos de ameaças a servidores ambientais cresceram nos últimos anos e ganharam ainda mais força após os assassinatos de Maxciel Pereira, servidor da Funai, em 2019, do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em 2022. Os três casos ocorreram no Amazonas.

Em abril, entidades que representam a categoria foram ao Senado para pedir urgência na tramitação do projeto de lei que regulamenta o porte de armas para fiscais do Ibama, da Funai e do ICMBio. Na semana passada, o Ibama abriu edital para a aquisição de coletes à prova de balas.

Em entrevista publicada em janeiro na seção Páginas Amarelas de VEJA, o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, relatou que os fiscais são recebidos a tiros durante as operações e que foi preciso reforçar os treinamentos de segurança.

“Estamos enfrentando o desmatamento em meio a uma verdadeira guerra. O crime organizado urbano foi para a Amazônia e se apropriou dos delitos ambientais como forma de lavagem de dinheiro. Os fiscais têm sido recebidos à bala durante as operações. Isso para nós é, obviamente, de grande complexidade. O Ibama acaba tendo que trabalhar sempre em conjunto com a PF, a Polícia Rodoviária Federal ou a Força Nacional. Isso não acontecia. Temos sido ameaçados de maneira muito pesada ao atuar no combate ao desmatamento, ao garimpo ilegal e à pesca predatória. Estamos tendo de reforçar muito o treinamento, por exemplo, na utilização de armamento, algo que nunca foi a prioridade de nossas equipes.”

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