Tarcísio celebra ação contra lavagem de dinheiro do PCC: ‘Dia histórico’

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comemorou a operação deflagrada nesta quinta-feira, 28, contra a atuação do crime organizado no setor de combustíveis, elogiou o trabalho das forças policiais do estado e afirmou que as facções estão sendo enfrentadas “como nunca antes”.

“Dia histórico no enfrentamento ao crime organizado. A maior operação de inteligência e combate ao crime organizado no setor de combustíveis da história, a Carbono Oculto, foi deflagrada na manhã de hoje”, publicou Tarcísio.

O governador lembrou que já havia dito, durante um evento no ano passado, que o que mais o preocupava no crime organizado era o fato de haver mais de 1.100 postos de combustíveis suspeitos de lavar dinheiro para o crime organizado. “Na época, essa declaração repercutiu muito, e escancarou um problema: a infiltração do crime organizado no setor de combustíveis”, disse em vídeo divulgado nas redes. 

Tarcísio prossegue dizendo que os criminosos estão lavando dinheiro e drenando a competitividade de quem “joga a regra do jogo”, e termina a gravação elogiando o trabalho de inteligência do Gaeco — o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado — e das polícias.

“Trabalho do Gaeco com as polícias de São Paulo que se expandiu para todo o o Brasil, colocando o dedo na ferida e enfrentando com coragem grupos que ninguém teve coragem de enfrentar, e que, até então, acreditavam ser intocáveis. As facções estão sendo enfrentadas como nunca antes, e a mensagem é clara: em São Paulo, o crime organizado não terá vez!”, concluiu o governador do estado.

Megaoperação

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 28, uma megaoperação voltada ao combate ao crime organizado — mais especificamente o Primeiro Comando da Capital (PCC) — atuante no setor de combustíveis. Essa força-tarefa é composta por três operações: Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), e Quasar e Tank, da Polícia Federal.

Em entrevista coletiva no final desta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a megaoperação da PF contra a estrutura financeira do PCC conseguiu atingir o “andar de cima” da organização criminosa — o que, segundo ele, não acontece quando se prende membros menos relevantes da facção, mas o dinheiro continua “à disposição do crime”.

Segundo a PF, o esquema de lavagem de dinheiro movimentou cifras impressionantes. De 2020 a 2024, os investigadores estimam que cerca de 1.000 postos de combustível envolvidos movimentaram 52 bilhões de reais.

A força-tarefa cumpre mandados de busca e apreensão em 350 alvos em oito estados. Somente na região da Faria Lima, o coração financeiro do país, são cerca de 40 endereços visitados — essas empresas teriam sido usadas como instrumentos de ocultação de patrimônio, apontou o MP. Entre elas, está a Reag Investimentos, uma das maiores gestoras do país e listada na B3.

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