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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Três influenciadoras são presas por fazer propaganda de ‘vape’ de maconha

Elisa de Araújo Marden, Rhaynara Didoff e Letícia Correia Castro, moradoras do Distrito Federal, responderão por tráfico de drogas

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 12h03 - Publicado em 24 abr 2024, 13h34

Três influenciadoras digitais — Elisa de Araújo Marden, Rhaynara Didoff e Letícia Correia Castro — foram presas pela Polícia Civil do Distrito Federal nesta quarta-feira, 24, por fazerem propaganda de cigarros eletrônicos (popularmente conhecidos como “vapes”) de óleo de maconha. As prisões aconteceram durante uma operação regional que é um braço de outra, do Ministério da Justiça, que tem o objetivo de desarticular e colher provas contra uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

A mais conhecida das três, Rhaynara, se apresenta como “Highnara” nas redes sociais — o nome é um trocadilho com a palavra inglesa “high”, que significa “alto”, mas é comumente usada como gíria para “chapado”. Ela possui mais de 38 mil seguidores. Elisa tem 6.400. A reportagem não localizou ao perfil de Leticia. Além das influenciadoras, mais quatro pessoas foram presas. Também foram cumpridos doze mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio e Distrito Federal.

As influenciadoras Eloisa Marden (esq.) e Rhaynara Didoff (dir.) foram presas nesta quinta, 24, junto de Leticia Castro
As influenciadoras Eloisa Marden (esq.) e Rhaynara Didoff (dir.) foram presas nesta quinta, 24, junto de Leticia Castro (Instagram/Reprodução)

O delegado que coordenou a operação, Rogério Henrique de Oliveira, disse durante uma coletiva que o papel das três era “dar credibilidade” ao produto vendido pela quadrilha. Elas responderão pelo crime de tráfico de drogas. De acordo com Oliveira, a organização criminosa lucrava cerca de dois milhões de reais por mês. Na terça-feira, 23, foram apreendidos nos Correios da capital paulista 160 unidades do cigarro eletrônico com entorpecente, prontos para serem enviados aos consumidores.

Na última sexta, 19, a Anvisa aprovou uma nova normativa proibindo a fabricação, a importação, a comercialização e a propaganda do cigarro eletrônico. A proibição já existia desde 2009, mas a nova regra é mais rígida.

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Como funcionava o esquema?

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, o óleo de cannabis (maconha) era comprado nos Estados Unidos e entrava no Brasil pelo Paraguai, envasado em potes de cera de depilação. A droga ia de Foz do Iguaçu (fronteira do Paraná com o Paraguai) para a capital paulista, onde era misturada com solventes e aromatizantes para fabricar a essência usada nos cigarros eletrônicos. Parte dos insumos usados no processo, com a logomarca do grupo criminoso, vinha da China e do Rio de Janeiro.

Óleo de cannabis era envasado em potes de cera para depilação e entrava no Brasil através do Paraguai
Óleo de cannabis era envasado em potes de cera para depilação e entrava no Brasil através do Paraguai (PC-DF/Divulgação)

O grupo possuía um site que fazia a venda dos “vapes”. Outro núcleo da quadrilha, no Rio, era responsável pela lavagem do dinheiro. Para impulsionar as vendas, contratavam influenciadores digitais que faziam propaganda dos produtos, alegando supostas funções terapêuticas. Os chefes da quadrilha vivem no interior de São Paulo e não tinham contato direto com a operação. Há mandados de prisão contra eles, mas ainda não foram localizados. De acordo com a Polícia, o grupo fornecia carros de luxo para as mulas e tinha várias lideranças femininas.

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