A maioria dos beneficiários do Bolsa Família em São Paulo pretende votar em Ricardo Nunes (MDB). Levantamento da AtlasIntel mostra que o atual prefeito tem 29,9% dos votos de quem recebe o benefício, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) tem 22,4% e Pablo Marçal (PRTB), 22,2% das intenções de voto desse público.
Apesar de Lula ter criado o programa social nos primeiros governos petistas, Boulos, candidato do presidente na maior cidade do país, não consegue atrair os votos do eleitorado das classes populares, que têm demonstrado, nas pesquisas, predileção pelo atual mandatário. Nunes impulsionou o voto do eleitorado de baixa renda desde o dia 30 de agosto, quando começou o horário eleitoral gratuito – o emedebista tem mais de 6 minutos diários de propaganda dos serviços da prefeitura no rádio e na televisão, quase o triplo do tempo de Boulos.
O deputado do PSOL, inclusive, é o mais votado entre os que não recebem o Bolsa Família, mostra a pesquisa da AtlasIntel. Nesse público, Boulos tem 29,1% das intenções de voto, contra 24,6% de Marçal e 18,3% de Nunes. Segundo o levantamento, o psolista é predominante também entre quem se formou na faculdade. Do público com ensino superior, 37,8% apoia Boulos, contra 15,5% do coach e 20,6% do atual prefeito.
Outro aspecto que chama atenção entre os eleitores que recebem Bolsa Família é o bom desempenho de Marina Helena (Novo). Ela tem apenas 4,7% dos votos, mas chega a 13,4% entre os beneficiários do Bolsa Família, sendo que a candidata do Novo é critica a programas do tipo, o que considera assistencialismo e uso excessivo da máquina estatal.
Números da pesquisa
A pesquisa AtlasIntel divulgada na quarta-feira, 11, mostrou Guilherme Boulos na frente com 28%, seguido por Pablo Marçal, com 24,4%, e Ricardo Nunes, com 20,1%. Pela primeira vez, o instituto coloca o coach numericamente à frente do prefeito – o último levantamento mostrou um salto de mais de 8 pontos percentuais do candidato do PRTB.
A pesquisa AtlasIntel aplicou um formulário digital para 2.200 eleitores entre os dias 5 e 10 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.