União Brasil virou um ‘partido sem alma’, afirma ex-presidente da sigla

O deputado federal e ex-presidente do União Brasil, Luciano Bivar (União-PE), criticou o atual líder da legenda, o advogado Antonio Rueda, chamando-o de “cara deplorável”.

“Ele é um cara tão deplorável que eu sinto náuseas. Não me sinto bem. [Rueda] é um pobre coitado, vai ser eternamente miserável. Falo em termos da pessoa humana. O sucesso financeiro não é nada na vida de um homem com relação a sua dignidade, a sua paz, sua lealdade com os amigos. Isso é o patrimônio mais importante que a gente tem”, disse.

Bivar também se mostrou descontente com os rumos que o partido tem tomado desde que Rueda assumiu o comando da sigla: “Antes do discurso vem o homem. Quando você não tem estrutura, não tem ideal, não tem objetivo, o partido tende a se acabar. Não lamento perder comando, o que mais me dói é o ideal do partido. Tudo foi por água abaixo. Porque, hoje, o União Brasil é um partido sem alma. E é isso que me dói (…). Hoje, o União Brasil não tem mais vínculo com compromissos morais, de ideais. O partido não tem ideologia, acho que vai muito ao sabor do vento, isso é preocupante”, disse.

O partido aprovou uma federação com o PP,  que vai criar o maior agrupamento de direita do país. O União está em rota de colisão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesta semana cobrou maior apoio ao governo, já que a legenda tem três ministérios, embora flerte com a oposição para 2026.

As declarações foram dadas em entrevista a um blog de política de Pernambuco, estado onde Bivar fez carreira política.

Bivar e Rueda disputaram de forma ruidosa o comando do União Brasil em 2024, tendo o deputado perdido a briga. Apesar disso, ele se mantém filiado à legenda e afirma que deve continuar na vida política nos próximos anos, com o objetivo de ajudar a aprovar grandes reformas, destacando a tributária como uma das principais.

Ainda na mesma entrevista, Bivar também defendeu a atuação do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, afirmando que ele não está com poderes demais, mas apenas recebendo atenção demasiada da imprensa por causa dos processos pelos quais ficou responsável. Ele também disse ter se preocupado com posicionamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje no PL, quando ele não quis seguir determinações partidárias do antigo PSL, partido ao qual era filiado e um dos grupos políticos que deram origem ao União Brasil.

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