YouTube suspende monetização de influenciador denunciado por Felca

O YouTube suspendeu a monetização do canal do influenciador Hítalo José Santos Silva, conhecido como Hytalo Santos, em função do tipo de conteúdo que ele vinha publicando, com exposição e sexualização de crianças e adolescentes. O conteúdo dele foi denunciado em um vídeo viral de Felipe Bressanim Pereira, o Felca, sobre adultização de crianças e como o algoritmo das plataformas promove a disseminação de conteúdos que colocam crianças em situações de adultos e sexualizadas, facilitando a circulação deles em redes mundiais de pedofilia.

“As ferramentas do YouTube já tinham identificado problemas com o canal de Hytalo Santos antes. Ele estava em revisão pelo time de moderação de conteúdo e, depois de uma longa análise, ele foi desmonetizado e não faz mais parte do programa de parcerias do YouTube”, informou a plataforma.

VEJA questionou quando o canal foi desmonetizado, mas a informação não foi disponibilizada. Apesar da desmonetização, o canal continua no ar até o momento. “A aplicação de políticas do YouTube é multicamadas, inclui remoção de conteúdos, avisos aos criadores e, em casos mais graves, o YouTube atua de forma mais agressiva, com a desmonetização ou até encerramento do canal”, complementou uma porta-voz da empresa.

O YouTube ainda informou que 50% dos vídeos que foram removidos da plataforma em 2024 eram conteúdos que desrespeitavam as regras de proteção a crianças e adolescentes.

Em nota, a plataforma destacou que valoriza a segurança infantil e que continua aprimorando suas regras e ferramentas para garantir um espaço seguro a todos. Confira a íntegra abaixo.

“Segurança infantil é uma prioridade para o YouTube, por isso, contamos com uma política específica sobre o tema e não permitimos conteúdo que coloque em perigo o bem-estar emocional ou físico de menores, como material sexualmente explícito, atos perigosos, entre outros. Removemos esse tipo de conteúdo assim que identificado. Apenas em 2024, excluímos mais de 18,8 milhões vídeos da plataforma globalmente por infringir nossa política de segurança infantil, conforme mostra nosso Relatório de Transparência. O YouTube está constantemente aprimorando suas regras e ferramentas para garantir a segurança de todos os usuários, especialmente crianças e adolescentes. Acreditamos na importância de um ambiente online seguro e positivo para o público mais jovem e trabalhamos em conjunto com pais, educadores e especialistas para atingir esse objetivo.”

Na terça-feira, 12, Hytalo Santos teve as  suas redes sociais suspensas pela Justiça da Paraíba, que atendeu a um pedido do Ministério Público e concedeu uma liminar nesse sentido. Além de bani-lo de redes como Instagram, a ordem judicial também estabeleceu que as crianças e adolescentes que participavam dos conteúdos fossem afastados dele e que esses materiais não recebam mais recursos financeiros das plataformas.

Depois da repercussão do vídeo de Felca, Hytalo Santos já havia desativado suas redes sociais — a diferença é que, com a ordem judicial, ele não poderá reativá-las. Cabe recurso da decisão.

Com quase 18 milhões de seguidores apenas no Instagram, Hytalo Santos cresceu na internet produzindo conteúdos com adolescentes que foram simbolicamente adotados por ele. Danças sensuais, tramas amorosas entre menores de idade e acesso fácil a bebidas alcoólicas são cenas frequentes. Uma das adolescentes que mais apareciam nas redes de Hytalo Santos, conhecida como “Kamylinha”, começou a fazer parte da turma do influenciador quanto estava com apenas 12 anos.

Em sua defesa, Hytalo sempre afirmou que os menores de idade participaram com o consentimento dos seus pais. Um dos promotores de Justiça que investiga o influenciador, João Arlindo Corrêa, disse que os familiares desses menores de idade receberam vários presentes do influenciador, como celulares, pagamento de aluguéis e de mensalidades de escola.

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