Youtuber que denunciou exploração infantil é convidado a falar na Câmara

Depois de publicar um vídeo que viralizou nas redes sociais por mostrar como influenciadores brasileiros estariam estimulando, facilitando ou normalizando crime de exploração sexual infantil, o influencer Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, receberá convite para participar  de audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados, para falar sobre o assunto.

O convite partiu do deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM), que avalia a situação como grave. “A infância brasileira precisa ser protegida. Não podemos admitir que crimes tão repugnantes fiquem impunes. É papel do Parlamento agir com firmeza para identificar e punir todos os responsáveis”, disse o parlamentar. Há expectativa de a audiência contar com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, representantes da Polícia Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O requerimento de Neto foi protocolado nesta segunda-feira, 11, e ainda não tem data para ser votado pelos demais parlamentares.

Em vídeo publicado na quarta-feira, 6, Felca  acendeu o alerta para o risco da “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais. Na gravação, ele destaca o também influenciador digital Hytalo Santos, que produz vídeos com crianças em situações que exploram a sexualização e mostra como isso pode alimentar um ecossistema de pedofilia na internet. O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) investiga o caso. Depois da publicação de Felca, Santos perdeu a conta no Instagram. 

Caso pode ser investigado pelo Legislativo

Ainda na Câmara dos Deputados, Rodrigo Valadares (União-SE) pede abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias feitas por Felca no vídeo, que tem quase 30 milhões de visualizações em menos de uma semana.

A intenção do parlamentar é “investigar fatos relativos à promoção da erotização e difusão de conteúdo publicitário de crianças e adolescentes, bem como incentivos a redes de pedofilia na Rede Mundial de Computadores, Internet”.

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