Oferta Relâmpago: 4 revistas pelo preço de uma!
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Zuckerberg contraria tendência no STF sobre redes e preocupa governo Lula

Dono da Meta acaba com checagem de fatos e critica 'Cortes secretas' que tiram posts do ar; big tech 'não aceita a soberania dos países', diz secretário

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jan 2025, 16h26 - Publicado em 7 jan 2025, 13h51

As declarações desta terça-feira, 7, dadas por Mark Zuckerberg sobre a mudança nas políticas de moderação de conteúdo da Meta big tech dona do WhatsApp, do Instagram, do Threads e do Facebook — contrariam de forma direta a tendência que tem se consolidado em julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a responsabilidade das redes sociais. O empresário declarou alinhamento ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, crítico da moderação das plataformas, e afirmou que “países da América Latina têm Cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina”.

A declaração soou como uma indireta para a Corte brasileira, que tem tomado decisões no sentido de ordenar a remoção de conteúdos considerados antidemocráticos ou discurso de ódio, muitas vezes dadas sob condição de segredo de Justiça. Esse foi o motivo do cabo de guerra travado entre o ministro Alexandre de Moraes e o magnata Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). Por causa desse entrevero, a plataforma ficou fora do ar no Brasil, teve que pagar multas milionárias e o seu proprietário passou a ser investigado no inquérito das milícias digitais.

O Supremo julga um conjunto de ações judiciais sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata da responsabilização das plataformas pelos conteúdos veiculados nos seus espaços. Governo e entidades da sociedade civil defendem que as redes sociais sejam obrigadas a remover publicações e possam ser punidas mesmo sem ordem judicial. Até o momento, a maioria dos ministros já disse publicamente que as redes sociais precisam ser reguladas. Até agora, os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, votaram, de forma diferente, mas nesse sentido. O julgamento foi interrompido em dezembro por um pedido de vista de André Mendonça, que sinalizou que pode divergir.

A Meta anunciou nesta terça-feira que não terá mais uma verificação de fatos feitas por terceiros, ferramenta pela qual moderava a circulação de notícias falsas e de conteúdo violento. Agora, as suas plataformas usarão o mesmo modelo do X, que são as Notas da Comunidade: se uma publicação tem conteúdo falso, são os próprios usuários que precisam denunciar e corrigir a informação. Para a nota aparecer, um número significativo de pessoas precisa se manifestar.

A mudança foi justificada por uma “censura excessiva de conteúdo legítimo”, segundo o comunicado de Zuckenberg. Ele disse que sua big tech irá “trabalhar com o presidente Trump para resistir a governos ao redor do mundo que vão contra empresas dos Estados Unidos e que queiram censurar mais”. “Países da América Latina têm Cortes secretas, que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps de funcionarem lá. A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do governo do EUA.”

Continua após a publicidade

Preocupação

A nova postura da Meta já preocupa o governo brasileiro. O secretário de Políticas Digitais da Secom (Secretaria de Comunicação), João Brant, disse por meio de post no X que a declaração de Zuckerberg é “fortíssima” e “explícita” e que “Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos”. “A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema direita”, afirmou. Ele também disse que a mudança mostra que a Meta “não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”.

A Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que fala judicialmente em nome do governo, já havia enviado manifestações ao STF pedindo a regulamentação das redes sociais. “Não é razoável que empresas que lucram com a disseminação de desinformação permaneçam isentas de responsabilidade legal no que tange à moderação de conteúdo. Essas plataformas desempenham um papel crucial na veiculação de informações corretas e na proteção da sociedade contra falsidades prejudiciais”, argumentou o AGU Jorge Messias em setembro do ano passado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.