Dino de volta à disputa no Supremo causa “mal estar” no governo
Com informação de que o ministro da Justiça seria indicado junto a Gonet, ministros de Lula se apressaram em dizer que indicação não está definida
Após repercussão do jantar do presidente com ministros do STF, integrantes do alto escalão do governo disseram à coluna que Lula ainda não decidiu pelo nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga no Supremo. Um dos aliados se disse “perplexo” com a informação de que Lula teria sinalizado por Dino, já que o Advogado Geral da União, Jorge Messias, também cotado para o Supremo, estava presente no jantar.
O petista se encontrou com os magistrados para tentar amenizar o clima depois do voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, a favor da PEC que limita as decisões monocráticas dos ministros da Suprema Corte. O voto foi visto como decisivo para a provação da proposta, e uma traição do governo.
Participaram do jantar também os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que defendem Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR. O ex-advogado de Lula, o ministro Cristiano Zanin também participou do encontro.
Como forma de aceno, após o voto de Jaques Wagner, a nomeação de Paulo Gonet para à PGR teria sido confirmada aos ministros do Supremo e deve ser anunciada na próxima semana, possivelmente na segunda-feira (27).
Nos bastidores, a avaliação do Lula é de que a indicação de Gonet para a Procuradoria Geral da República, abre caminho para a escolha “sem pressão” na Suprema Corte.
O presidente ainda pretende consultar os senadores para avaliar a possibilidade de aprovação dos nomes que estão no páreo. A disputa conta também com Bruno Dantas, ministro do TCU. Tanto Dantas, quanto Messias, não devem ter dificuldades na Casa. A resistência maior é em relação a Dino.
No Supremo, a maioria dos ministros vê o nome do ministro da AGU como uma opção mais conciliadora e ponderada. Ao contrário de Dino, que tem um perfil mais combativo.
Tantas disputas internas já fazem com que o presidente possa deixar a definição só para depois do recesso do Judiciário. Segundo aliados, o presidente ainda está “fechado em copas” em relação a indicação do nome para o STF.