“Hugo Motta quer virar a página”, diz Aécio sobre votação da dosimetria

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o Congresso deve avançar na próxima semana com a votação da dosimetria das penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O tucano afirmou que a proposta surge como alternativa ao impasse sobre a anistia, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e destacou o papel do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na condução do processo.

“Conversei longamente com o presidente Hugo Motta e com o relator, Paulinho da Força. Ele está muito sereno e disposto a pagar o preço para virar essa página. Acredito que teremos condições de votar na semana que vem”, disse Aécio.

O ex-governador mineiro rejeita a ideia de anistia ampla, geral e irrestrita, defendida por bolsonaristas, mas admite que houve exageros nas penas aplicadas a participantes de menor relevância no episódio. Segundo ele, a revisão permitiria que cerca de 180 brasileiros que ainda estão presos, ou cumprem medidas cautelares, pudessem retomar suas vidas.

Para Aécio, a proposta da dosimetria representa uma saída equilibrada, que não atende nem à extrema direita, nem ao lulopetismo. “Não se trata de anistiar, mas de corrigir excessos. Crimes contra a democracia continuam inafiançáveis. Mas é preciso distinguir entre quem planejou o golpe e quem teve uma participação lateral”, afirmou.

O tucano argumenta ainda que manter o impasse sobre a anistia apenas prolongaria a paralisia no Congresso. “Hoje temos pautas fundamentais travadas — da educação, da segurança pública e até da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais. O Brasil precisa superar essa agenda tóxica e voltar a discutir o que é relevante”, disse.

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