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Marcela Rahal

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Jornalista, repórter e apresentadora. Blog de informação e análise do cenário político nacional
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O novo inimigo da direita: a disputa entre moderados e radicais

Em entrevista a VEJA, o presidente do PP, Ciro Nogueira, admitiu que teve erro de 'avaliação e condução' entre aliados nesta eleição

Por Marcela Rahal Atualizado em 28 out 2024, 15h04 - Publicado em 28 out 2024, 10h16
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  • Disputas internas dentro da própria direita chamaram atenção em algumas cidades nessas eleições. Goiânia é um bom exemplo. Por lá, virou um embate público entre Jair Bolsonaro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, por apoio a ambos os candidatos, Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União).

    O ex-presidente entrou numa bola divida e acabou perdendo ali e também em outra cidade importante da região, Aparecida de Goiânia, onde o candidato de Caiado também levou. Leandro Vilela (MDB) ganhou do Professor Alcides (PL), por 63% a 36%.

    Caiado buscava com a eleição dos aliados consolidar sua posição política para ser um nome competitivo para as eleições à Presidência em 2026. Bolsonaro chegou a chamar o governador de “covarde”, mas Caiado achou melhor não bater de frente, até porque ele conta com o apoio dos eleitores do ex-presidente.

    Em entrevista a VEJA durante a nossa cobertura da apuração dos votos neste domingo, 27, o presidente do PP, Ciro Nogueira, foi categórico ao afirmar que houve um erro de “avaliação e condução” da direita nesta eleição.

    “Acho que houve um erro de avaliação de integrantes da direita, nós poderíamos estar mais unidos. Podíamos ter resolvido essas eleições já no primeiro turno se tivesse essa união. É passar as eleições, deixar as feridas cicatrizarem, para que a gente possa se fortalecer para as eleições de 2026. Mas que vão ficar algumas feridas, isso não restam dúvidas. Espero que a gente tenha um pouco de calma, que possa dialogar bastante, para que a gente possa sair unificado, porque o centro e a direita saem extremamente unificados com esse recado das urnas”, explicou.

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    De fato, há uma busca por um diálogo mais moderado no campo ideológico conservador, mas uma ala bolsonarista do PL não abre mão de uma postura mais radical, o que tem incomodado, inclusive, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que também participou da live de VEJA. “Se você for trabalhar de forma radical, é difícil você ganhar a eleição em todos os lugares. Por quê? Porque nós temos que aumentar a nossa base”, afirmou

    O mandatário da sigla citou o pleito em Curitiba, em que Bolsonaro tinha até escolhido o vice de Eduardo Pimentel, Paulo Martins, mas demonstrou apoio à adversária Cristina Graeml (PMB). Segundo Valdemar, isso aconteceu porque ela é de extrema direita e tem a simpatia dessa ala do partido. Mas que o eleitor da capital paranaense não tem esse perfil. O resultado, triunfo de Pimentel, foi mais uma conquista de outro presidenciável: o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que comemorou como “a vitória da direita popular”.

    Isso sem contar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, diante de tantas dificuldades nas eleições da capital paulista, principalmente com a entrada de Pablo Marçal (PRTB), outro nome que rachou ainda mais a direita, conseguiu eleger seu aliado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

    Com Bolsonaro inelegível, há uma busca por um nome que vá substituí-lo em 2026. Isso pode causar danos prejudiciais à direita, que precisa entender qual perfil adotar. Mas, nessas eleições, como vimos, a centro-direita sai fortalecida. PSD e MDB são os partidos que mais conquistaram prefeituras neste ano: foram 885 e 853, respectivamente. O PL ficou com 516, bem abaixo das 1.400 que esperavam. E o PT amargou o nono lugar, conquistando 252 prefeituras.

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