O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ), afirmou, em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, desta quinta-feira, 31, que o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB) como candidato à presidência da Câmara “une muitas forças políticas”. Na quarta-feira, 30, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e o PT de Lula, além de outras legendas, declararam apoio ao nome apadrinhado pelo atual chefe da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) são os outros concorrentes ao posto. A eleição está marcada para fevereiro de 2025.
“Não houve combinação (entre PL e PT). Os acordos partidários acontecem. Nesse caso, houve uma convergência ao nome do deputado Hugo Motta, nome que une muitas forças políticas na Câmara. Hugo é um deputado experiente, tem uma carreira belíssima, já relatou e participou de comissões e é um líder muito respeitado. O nome dele acabou atraindo algumas siglas, dentre elas o PL primeiro e depois o PT”, disse Côrtes. “O Hugo Motta tem muita experiência e bagagem. O relacionamento dele com os líderes é excepcional. Depois que o Marcos Pereira (Republicanos-SP) saiu da disputa e o nome do Hugo acabou entrando no final, o nome dele recebeu muitos apoios. Eu acho que o Hugo reúne todas as qualidades e apoio político para tocar a Câmara”, acrescentou.
As negociações em torno de cargos na Mesa Diretora já começaram e o PT pediu a Primeira-Secretaria, além de governabilidade ao presidente Lula para os próximos dois anos de seu mandato. Os demais partidos apoiadores também estão atrás de benefícios após a sinalização positiva à candidatura de Motta.
Leia outros trechos da entrevista:
PL da Anistia: “Não diria que esfriou o andamento (após Lira criar comissão especial para analisar o tema). Eu acho que a gente precisa ter efetividade na aprovação do PL da Anistia e para isso precisa formar uma maioria. O deputado Arthur se comprometeu com essa pauta e essa pauta vai andar. Essa pauta não é do PL e de nenhum partido. Essa é uma pauta da Justiça para aquelas pessoas que participaram daqueles atos irresponsáveis, que não deveriam ter feito aquilo, mas que para o entendimento da sociedade brasileira uma pessoa que foi ali pegar 17 anos de prisão… A anistia não é para o PL, mas para essas pessoas que estão sofrendo muito. Eu acho que a comissão especial vai trazer transparência e debate e pode, sim, formar o entendimento, e eu enxergo que isso vai ter efetividade”.
Anistia a Bolsonaro: “Em relação ao presidente Bolsonaro, que apoia a anistia dessas pessoas, nunca colocou o seu desejo de colocar o seu nome nesse projeto. Ele não está no PL da Anistia que está sendo apreciado na Câmara. Para o futuro, para o Bolsonaro ser candidato a presidente, eu acredito que existe uma possibilidade, mesmo com as penas que ele já sofreu. O presidente Lula ficou preso 580 dias e depois acabou ficando elegível e se tornou presidente da República. Acho que pode haver um remédio jurídico e o presidente Bolsonaro disputar a próxima eleição em 2026. E é isso que o nosso partido espera, porque ele é o nosso candidato. Se vai haver outro movimento de anistia para o presidente Bolsonaro, isso é num outro momento, e não nesse PL”.
Helder Barbalho
O programa também entrevistou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O político falou principalmente sobre as perspectivas do seu partido após as eleições municipais. O MDB foi o segundo mais vitorioso no pleito deste ano, ficando atrás apenas do PSD. Para Barbalho, é preciso “festejar o resultado”, fruto de “boa gestão” nas cidades.
“Entendo que resultados, boa gestão, propostas que pudessem trazer segurança para a população venceram diante das armadilhas da polarização, dos extremos ou de buscar fazer com que a ideologia pura e simples se preponderasse diante da discussão sobre as cidades. E isso, claro, demonstra uma sinalização de que o eleitor passará novamente a fazer um reencontro com o que é fundamental, com políticas públicas que efetivamente possam transformar a vida das pessoas e deixar de lado assuntos secundários”, salientou
“O MDB sai das urnas com um resultado extraordinário, voltando a sua essência de um partido municipalista, com uma quantidade expressiva de municípios a serem administrados. Também é importante destacar ter tido êxito em cinco capitais do Brasil, como São Paulo”, acrescentou o governador, que também comentou a disputa presidencial de 2026.
“Mais importante do que iniciar a eleição de 2026 é entregar o resultado de 2024. É garantir que a expectativa gerada nas candidaturas que foram escolhidas possam trazer retornos efetivos para a sociedade. Por ser um partido que compõe a aliança com o presidente Lula no âmbito da sua gestão, com ministros, é natural que nós possamos assegurar esse debate junto ao presidente da República para compreender as pautas, agendas e projetos de país para 2026. É hora de festejarmos os resultados e buscar ter serenidade nas consequências dos eventuais ruídos que possam acontecer no processo das eleições municipais e, assim, nós possamos ter capacidade para dialogar um projeto para o país”, completou Barbalho.
Sobre o programa
O Ponto de Vista é apresentado por Marcela Rahal, transmitido ao vivo às 12h, e também trata das principais notícias do dia.
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A entrevista é transmitida simultaneamente no YouTube e na homepage de VEJA e para os inscritos no canal de VEJA no WhatsApp.
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