A disputa do PT considerada ‘desrespeitosa’ pelo presidente do partido
A VEJA, o senador Humberto Costa lamentou 'fervura exagerada' na discussão pelo comando da sigla e disse que vai trabalhar para 'diminuir a temperatura'
O presidente do PT, senador Humberto Costa (PE), admitiu, em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, nesta quinta-feira, 13, que a disputa interna do partido é “em alguns momentos desrespeitosa de parte a parte”. O parlamentar assumiu interinamente a sigla após a ida de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. A eleição do partido, marcada para o dia 6 de julho, acontece em meio a disputas internas que se tornaram públicas entre alas que defendem o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, apoiado por Lula, e outros nomes ligados a Gleisi.
“A discussão política deve sempre se pautar pelos argumentos políticos. Nessa discussão tem havido uma fervura exagerada, desnecessária e em alguns momentos desrespeitosa de parte a parte. Acho que a presidenta Gleisi e a secretária de finanças [do partido] têm sofrido ataques que são profundamente errados e equivocados, que retratam situações que não condizem com a verdade. Da mesma forma o Edinho. O nosso papel vai ser de fazer debate claro, aberto e construtivo, sem faltar com a realidade dos fatos. Precisamos superar isso. Vou trabalhar para diminuir a temperatura e focar os debates em torno da política do partido”, afirmou Costa.
O pano de fundo da discussão são os cargos para a direção partidária. A tesouraria do PT, que gerencia os fundos partidário e eleitoral, é a principal causa da disputa.
O líder interino da sigla ressaltou que o PT é “plural” com “muitas visões diferentes sobre vários aspectos ideológicos e políticos” que são manifestadas em vários momentos, “inclusive nos de renovação das direções”. “Que vai haver divergência, vai haver. O importante é que ao final, quando tivermos uma decisão tomada, todos juntos estejamos para implementar essas decisões. Acredito que ao final nós vamos chegar mais uma vez a um denominador comum no PT, com tranquilidade e com calma”, salientou, acrescentando que não deve disputar a eleição interna da legenda.
O senador falou também sobre o apaziguamento da relação entre Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, a reforma ministerial, que, segundo ele, “deve ter um final breve” e que Lula está demorando “porque quer fazer uma mudança extremamente bem refletida e que possa contribuir para que nós superemos essa situação momentânea de dificuldades em termos de popularidade”. O petista também comentou a fala machista do presidente sobre a nova ministra, a qual classificou como “infeliz”. Para ele, contudo, a declaração não pode qualificá-lo como uma pessoa de posições machistas.
“Foi uma fala equivocada, infeliz. Agora, daí a caracterizar o presidente Lula como uma pessoa machista e que tem uma visão misógina, eu acho que é um pouco de exagero. Eu creio que ele já deve ter feito autocrítica dessa colocação. Veio em tom de brincadeira, mas ele sabe que é o tipo de coisa com a qual não se brinca, mas taxá-lo de misógino ou machista é absolutamente fora de propósito”, opinou o parlamentar.
O programa, apresentado por Marcela Rahal, também abordou a corrida do governo Lula para conter a alta dos alimentos com o colunista Matheus Leitão.
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