As eleições municipais deste ano foram marcadas pelo avanço da centro-direita, pelo enfraquecimento do PT e por disputas internas dentro do campo conservador. O PSD de Gilberto Kassab foi o grande vencedor das eleições. Foram 885 prefeituras conquistadas; o MDB ficou logo atrás, com 853. O PL do ex-presidente Bolsonaro obteve 516 prefeituras, enquanto o PT amargou o nono lugar, com 252 cidades.
Duas disputas muito polarizadas e acirradas aconteceram entre PT e PL em Fortaleza, onde o candidato petista Evandro Leitão ganhou, e em Cuiabá, com a vitória do bolsonarista Abílio Brunini. Foi a única capital conquista pelo Partido dos Trabalhadores desde 2016. O PL perdeu em sete das nove capitais que disputava.
O índice de reeleição também chamou atenção no pleito deste ano, em muitos casos turbinado pelas chamadas “emendas Pix”. Dos 112 municípios que mais receberam esses recursos, 105 foram vitoriosos.
No campo da direita, houve racha entre moderados e radicais. O ex-presidente Bolsonaro comprou algumas brigas apoiando candidatos com discurso mais ideológico que não eram apoiados pelo PL, o que acabou embaralhando a disputa, como no caso de Curitiba, em que o ex-presidente apoiou uma candidata que não foi a escolhida pelo partido, Cristina Graeml, e que acabou perdendo para o atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel. A disputa na direita também foi acirrada em Goiânia, onde o candidato do governador Ronaldo Caiado, Sandro Mabel, do União Brasil, ganhou de Fred Rodrigues, do PL, com direito a troca de farpas entre Bolsonaro e o governador.
Em São Paulo, o atual prefeito Ricardo Nunes foi reeleito com apoio expressivo do governador do estado, Tarcísio de Freitas, em uma disputa mais folgada neste segundo turno, mas com clima quente durante a campanha. O deputado federal do PSOL Guilherme Boulos, aposta de Lula para a capital paulista, obteve 40% dos votos, contra 59% do emedebista. Acompanhe o Giro VEJA.