PT não vai criar crise por causa de reforma ministerial, diz secretário
Em live de VEJA, Jilmar Tatto comentou possíveis mudanças no gabinete e falou que o partido vai 'opinar', mas que a 'prerrogativa' é do presidente
O secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto, afirmou, em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, desta terça-feira, 21, que o Partido dos Trabalhadores vai “opinar”, mas que “não vai ter crise nenhuma” em relação à possível reforma ministerial. O petista ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a “prerrogativa” de realizar mudanças.
“O presidente Lula sabe o momento certo de mudar, se precisar mudar. Acho que ele está antenado em relação a tudo isso. Se for pra mudar, e não for do PT, tem que ser uma pessoa que o presidente tem uma relação muito de confiança. E nós do PT não vamos criticar por isso. Ele sabe a hora certa de mudar e quem mudar, quem pôr no lugar”, afirmou Tatto.
“Nós do PT nunca conversamos nesse nível, a prerrogativa é dele. O que a gente opina é do ponto de vista da política. Não existe crise, existem ajustes que às vezes são importantes. É normal dentro de uma administração. Não há em relação a essas mudanças, não vai ter crise nenhuma, problema nenhum”, acrescentou o deputado.
Comunicação
Sobre a comunicação do governo, criticada interna e externamente, Tatto disse que Lula e os ministros precisam falar mais e se expor, divulgando “em rede nacional” o que o governo tem feito. “A primeira questão é a necessidade do presidente falar mais, dos ministros falarem mais, de se expor, fazerem vídeos e divulgar em rede nacional, mas não só. A necessidade de organizar, aí sim na comunicação”, disse.
“Nós precisamos organizar, porque não dá pra gente ficar falando sobre todos os assuntos. Nós temos que priorizar aquilo que a gente considera importante pra pauta do país e priorizar um, dois ou alguns temas. O que está acontecendo é que cada ministério tem a sua própria língua e estratégia e está precisando essa arrumação por parte do governo. Não é só comunicação”, completou, tratando ainda do papel do PT nessa empreitada.
“O nosso papel (PT) é ajudar o presidente Lula, ajudar na parte que me cabe, que é da área de comunicação, ajudar como nós vamos divulgar as ações do governo. A relação com o Sidônio [Palmeira] é muito saudável e muito boa. A responsabilidade e autonomia é do governo, mas nós vamos ajudar. O PT e o presidente Lula sabem fazer disputa política muito bem e agora vai ter que se dedicar um pouco mais a isso e não só governar, mas também fazer disputa política, que é o que tá faltando. E acho que a gente tá bastante vacinado pra fazer e aprendemos com a lição do Pix”, salientou.
Trump presidente
“Eu acho que muito pouco vai impactar na relação Brasil e Estados Unidos. Porque o Brasil historicamente tem uma relação diplomática com os EUA e todos os países. Não vai mudar nada. A nossa relação é uma relação muito tranquila. O que nós precisamos verificar e acompanhar com bastante intenção é se essas bravatas do Trump realmente vão ser colocadas em prática. Uma coisa é o que o Trump fala e o que realmente vai acontecer do ponto de vista da diplomacia e das relações comerciais. O que nos preocupa é do ponto de vista da importância política que tem os EUA, algumas medidas e decisões que foram feitas ontem através de decretos em relação ao Acordo de Paris. Isso realmente impacta não o Brasil, mas o planeta. E essa decisão em relação à saída da OMS. São duas decisões que nos preocupam. O Trump se elegeu e o governo brasileiro tem que ter uma relação de humanidade, de respeito à soberania. E esperamos que ele faça a mesma coisa em relação ao Brasil. Já na questão política todo mundo sabe que o que o Trump pensa é diferente do que o Lula pensa, do que o governo nosso pensa.”
O programa, apresentado por Marcela Rahal, também abordou as principais notícias do dia com o editor José Benedito da Silva.
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