Arthur Lira pode até se tornar o maior estrategista político do legislativo desde Luís Eduardo Magalhães (isso mesmo, maior que Aécio Neves), mas tem passado do ponto.
Criador de uma nova forma de relacionamento entre o congresso e o governo, o poderosíssimo presidente da Câmara resolveu cobrar Lula publicamente se ele será candidato em 2026.
“O fato de o presidente Lula não ter explicitado até hoje se é candidato à reeleição ou não gera, do meu ponto de vista, muitos pré-candidatos dentro do PT. Isso não ajuda na administração do governo, porque há uma aparente dificuldade de relacionamento de A, B, C, D ou E”, disse em entrevista à Globonews há uma semana.
Não foi a melhor forma de comunicação. Gerou ruído e a declaração segue repercutindo na capital da república.
Depois de criticar sucessivamente a articulação política do governo, afirmar que Lula não tem base e ser impreciso sobre as negociações que ocorrem entre o Legislativo e o Executivo, Arthur Lira já quer impor o ritmo da próxima eleição presidencial. A batida de 2026, em 2023.
Como informou a coluna no início do mês, governistas reclamavam que a situação já estava piorando. Pois bem, desceu mais um degrau.
Existe um ponto em que a estratégia política começa a ficar exposta demais. A linha é tênue e o político alagoano, e ex aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, sabe muito bem disso.