
O presidente Lula traçou um caminho para o governo nos próximos dois anos, segundo interlocutores, que passa não só pela substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha na Saúde, mas também pela ida de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, para o Palácio do Planalto.
Pode se enganar quem acredita que Gleisi Hoffmann ficará nas Relações Institucionais, que era ocupada por Padilha, nesta reforma ministerial que demorou a sair do papel. A ideia inicial é que Gleisi Hoffmann vá para a Secretaria-Geral da Presidência, de Márcio Macedo, que, por sua vez, seguiria para o Ibama ou outra função no governo. Mas o martelo não está batido.
Na dança das cadeiras, Tábata Amaral assumiria a Ciência e Tecnologia, deslocando Luciana Santos para o ministério das Mulheres, no lugar de Aparecida Gonçalves. Com a ida de Tábata para o primeiro escalão abriria-se espaço para Rodrigo Agostinho de volta à Câmara, já que ele é o primeiro suplente da deputada.
Resolvida essa questão, o governo pode anunciar até o fim do ano o “novo pré-sal” com a exploração da Margem Equatorial, na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá.
Se todas essas mudanças forem feitas, a vaga nas Relações Institucionais poderá ir para Sílvio Costa Filho, hoje na Secretaria de Portos. Ele tem excelente relacionamento com Lula, é do mesmo partido do presidente da Câmara, Hugo Motta, e pode melhorar a relação do governo no parlamento.
Essa última alternativa esbarra no seguinte dilema político: Silvio Costa Filho tem feito um bom trabalho no ministério – a ponto de Lula elogiá-lo publicamente, afirmando que o ministro “tem dado um show no trabalho”. Se permanecer na pasta, José Guimarães pode assumir as Relações Institucionais por ser “menos bélico” que Padilha.