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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A derrota de Lula por 2 a 1 na disputa com Campos Neto, do BC

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jun 2024, 12h40 - Publicado em 21 jun 2024, 09h16

O presidente Lula atravessou mais uma semana de seu governo travando uma guerra política com o Banco Central. Não foi a primeira nem deverá ser a última.

O fato é que tanto o mandatário petista quanto a autoridade monetária ganharam e perderam. Poderia até ser um empate, mas Lula errou de novo na quinta feira, 20, desequilibrando o jogo contra si mesmo.

E eu explico por quê.

A batalha começou com Lula chamando atenção para o erro do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que aceitou o convite de Tarcísio de Freitas, o governador bolsonarista de São Paulo, para receber uma homenagem com pompas e paetês no estado.

Assim como quando foi votar com a camisa da seleção brasileira, Campos Neto feriu a independência do Banco Central ao participar de um jantar em sua homenagem, com claras conotações de ato político, no qual, inclusive, foi cogitado ao cargo de ministro da Fazenda em caso de uma vitória de Tarcísio para a Presidência em 2026.

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Astuto politicamente como só ele, Lula jogou um holofote nesse movimento errôneo do presidente do Banco Central, justamente na semana em que o Copom iniciaria a discussão para ver se manteria ou não os juros a 10,5%.

A ideia era pressionar não só Campos Neto, mas o BC como um todo, para ver se a autoridade monetária mantinha a tendência de queda dos juros, que têm estado, de fato, altos demais.

Até aí Lula ia ganhando o jogo, mas na quarta, 19, ao tomar a decisão de manter os juros neste patamar, a diretoria do banco votou de forma unânime, incluindo os nomes da diretoria indicados pelo PT, por não reduzir os juros

Era o empate do BC no embate.

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E obviamente que, neste momento, o presidente e todo seu discurso de politização do Banco Central pela extrema direita que atrapalha o crescimento do Brasil perderam um pouco de força.

Lula, então, baixou o tom, dizendo que foi uma pena para o Brasil e que os mais pobres é que saem perdendo com juros tão altos. Mas fez mais: criticou de novo duramente a autonomia em si, levantando o fantasma de mudança na lei. O dólar que estava em queda, chegando a ficar abaixo de R$ 5,40, inverteu a curva e terminou o dia em alta de R$ 5,46, a maior cotação do governo Lula.

Um Banco Central atuante, independente e com a confiança dos agentes econômicos como um todo, vai buscar a inflação mais baixa, o que é sempre bom para o governo de plantão, seja de esquerda ou de direita.

Se Roberto Campos Neto errou ao aceitar o gesto político da extrema direita, que feriu justamente a importância da independência do BC, Lula não previa que a autoridade econômica fosse votar em peso para a manutenção dos juros.

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A batalha estava terminando em 1 a 1, mas Lula acabou perdendo mais. Fica a expectativa dos próximos capítulos, que, pelo andar da carruagem, não devem parar de ser escritos. Seja por Lula ou pelo presidente do Banco Central.

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