Enquanto Simone Tebet (MDB) tenta provar que é capaz de encabeçar uma candidatura da chamada “terceira via” nas eleições presidenciais de outubro, o ex-presidente Lula se prepara para ter uma conversa decisiva com caciques do MDB na próxima semana que pode dar a ele o apoio do partido em pelo menos nove estados.
O encontro acontecerá na próxima segunda-feira, 18, e foi confirmado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). “Agora nós vamos fazer uma reunião de todos os emedebistas que estão apoiando o presidente Lula”, disse o senador depois de se reunir com o ex-presidente nesta terça, 12.
A jogada de Lula põe ainda mais pressão sobre Simone Tebet e pode minar sua já enfraquecida candidatura. Uma ala do MDB é contra lançar candidatura própria e acredita que o melhor caminho é apoiar Lula.
Além disso, Tebet tem contra si números baixíssimos nas pesquisas e o fato de que todos os políticos que tentaram se apresentar como terceira via acabaram saindo da disputa ao serem “engolidos” pela polarização entre Lula e Bolsonaro.
Uma das últimas pesquisas de intenção de voto para a presidência, divulgada pelo Genial/Quaest na última semana, mostra Simone Tebet com apenas 2% dos votos. Um desempenho muito abaixo do esperado para sustentar uma candidatura.
Rodrigo Pacheco, Sérgio Moro e João Doria são exemplos de candidatos que desistiram de disputar as eleições presidenciais por causa das chances quase nulas de se apresentar como uma terceira opção para os brasileiros.
Essa não é a primeira vez que Lula ameaça a candidatura de Simone Tebet. Em abril deste ano, o petista jantou com diversos caciques do MDB, entre eles o presidente do partido no Ceará, Eunício Oliveira, e os senadores Renan Calheiros (AL) e Veneziano Vital do Rêgo (PB).
Na ocasião, Tebet ficou muito chateada com o encontro e Eunício apareceu para dizer que o jantar não estava sendo realizado para boicotar a candidatura de sua companheira de legenda.
Fica cada vez mais difícil acreditar que a candidatura de Tebet vai se tornar realidade. Enquanto líderes do MDB começam a se movimentar em direção a Lula, os números fracos da senadora dificultam seu poder de argumentação para tentar mudar a realidade que está se desenhando dentro de seu partido.