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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

A mulher que abalou o bolsonarismo organizando os atos contra a anistia

Ou… o movimento fundamental de Paula Lavigne para o Brasil

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 set 2025, 21h50 - Publicado em 23 set 2025, 18h00

Há uma ironia que merece ser sublinhada neste momento turbulento da vida brasileira: enquanto partidos e lideranças políticas patinam em sua capacidade de mobilizar, a produtora cultural Paula Lavigne assumiu, quase sem querer, o protagonismo da resistência democrática. Mais conhecida como uma das principais produtoras do Brasil, Lavigne foi capaz de articular, em poucos dias, aquilo que a esquerda não vinha conseguindo há meses, talvez anos: levar às ruas uma multidão disposta a dizer não aos retrocessos que ameaçam o Brasil.

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Paula Lavigne (Marcos Oliveira/ Agência Senado/Reprodução)

As imagens falam por si. Milhares de pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro protestaram contra a anistia a Jair Bolsonaro e seus cúmplices na tentativa de golpe de Estado e contra a PEC da Blindagem, proposta infame que pretende criar um salvo-conduto para parlamentares acusados de crimes. Foi um comparecimento de igual para igual — em alguns casos superior — ao que a extrema direita havia alcançado em seus atos mais recentes. E isso só se deu porque a cultura, e não a política institucional, liderou a convocatória.

Paula Lavigne é o cérebro dessa engrenagem. Não ocupa cargos, não disputa eleições, mas faz política cultural com P maiúsculo ao mobilizar artistas, dar coerência a uma pauta difusa e resgatar um símbolo que parecia sequestrado: a bandeira do Brasil. Desde que bolsonaristas usaram a bandeira em defesa de aventuras golpistas, esse símbolo havia perdido seu caráter popular. Ao som de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Paulinho da Viola e outros, a bandeira voltou a tremular em defesa da democracia. A cena foi potente: não só enterrou o estigma, como também devolveu aos democratas o direito de cantar o país em voz alta.

O contraste é evidente. Lula, mesmo na Presidência, não tem conseguido colocar multidões nas ruas em defesa da agenda democrática. Os partidos de esquerda, fragmentados, tampouco. Quem o fez foi uma rede de artistas liderados nos bastidores por Lavigne. É um lembrete incômodo de que, quando a política formal falha, a cultura pode ocupar esse espaço — e, em alguns casos, com mais eficácia.

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A luta contra a anistia aos golpistas e contra a PEC da Blindagem não é apenas jurídica ou parlamentar. É simbólica. E símbolos, no Brasil, têm a força de arrastar ou de paralisar a sociedade. Paula Lavigne entendeu isso antes de muitos políticos experientes. Ao costurar alianças, organizar palcos e transformar indignação em espetáculo cívico, mostrou que a democracia também se defende com arte.

Se a extrema direita perdeu a bandeira do Brasil quando decidiu agitá-la ao lado da dos Estados Unidos, foi graças a figuras como ela que a sociedade a reconquistou. Lavigne não é deputada, não é senadora, mas hoje exerce um papel que muitos deles abdicaram: o de lembrar que este país não tolerará a volta dos autoritarismos — nem pela força, nem pela omissão.

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