A nova estratégia de Bolsonaro, segundo aliados
Engana-se quem pensa que não haverá anistia

Prestes a entregar a defesa ao Supremo Tribunal Federal em um processo com provas robustas de seu envolvimento numa tentativa de golpe, Jair Bolsonaro mantém uma estratégia clara sobre seu futuro político.
Segundo aliados do ex-presidente, o caminho será manter a “candidatura”, mesmo com a dupla inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o intuito de ser o fiel da balança na escolha dos nomes da chapa mais importante da direita contra a esquerda nas urnas de 2026. “Ele [Bolsonaro] quer se manter o mais perto possível da urna”, afirmou à coluna um desses aliados.
A ideia é “vender” de forma bem “cara” o apoio a qualquer um dos nomes postos na disputa, mesmo no caso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, favorito para encabeçar a chapa com alguém da família Bolsonaro.
Não podia ser diferente, na visão desses interlocutores, já que Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto (e agora passou a acreditar nelas), vencendo inclusive Lula.
Qualquer um dos candidatos que ganhar a “benção” de Bolsonaro em 2026 terá, contudo, que se comprometer com uma questão imprescindível: o perdão presidencial. O ex-presidente conta com isso para anular condenações contra ele no dia 1º de janeiro de 2027. E não só no caso do golpe, mais adiantado.
As negociações também passam por dar esse perdão à maioria dos envolvidos no 8 de Janeiro. Engane-se quem acha que não haverá anistia. Se a chapa apoiada por Bolsonaro ganhar a próxima eleição, a anistia acontecerá – mas na forma do perdão presidencial.