Paulo Guedes, o ministro da Economia de Bolsonaro, está virando não só mais um negacionista sobre a qualidade do atual governo, mas um trapalhão, como outros integrantes também já viraram.
Além de não conseguir implementar a política econômica liberal, não conseguiu uma privatização que se preze em quase quatro anos, e que ele – Guedes – prometeu, virou uma usina de gafes.
Nesta terça, 15, em mais uma delas, disse que o país está preparado para a “segunda guerra mundial”, o conflito que na verdade ocorreu entre 1939 e 1945.
Estivemos à beira da terceira guerra mundial, com o presidente brasileiro tomando lado da Rússia contra a Ucrânia, mas Guedes está preso não na Guerra Fria como Bolsonaro, mas antes dela.
Depois, claro, o ministro da Economia procurou jornalistas para poder explicar o seu equívoco…
“Não estou falando de segunda guerra mundial. Deu uma guerra, que foi essa pandemia, guerra sanitária mundial. Agora tem uma segunda, Ucrânia, Rússia… Isso subiu o preço de combustíveis”, explicou.
Precisamos lembrar, leitor, que quando uma pessoa pública, integrante de um governo, tem tanto que explicar nas próprias falas é porque a comunicação deu errado.
Por isso, se chama gafe. É aquela fala desastrada.
Na semana passada, Paulo Guedes não fez por menos. Afirmou que há mais iPhones – o aparelho da Apple que custa de R$ 5 mil, do mais simples, até R$ 14 mil (14 mesmo, tá bom? Não é exagero) – no Brasil que brasileiros.
Apesar de ser ministro de Estado desde o início do governo, não conhece nem um pouco a realidade do povo brasileiro, este que deveria estar representando.
Mas… tudo bem, não é?
Paulo Guedes explicou ou procurou os jornalistas para explicar: “Eu quis falar o seguinte: cada brasileiro tem dois dispositivos digitais, pode ter até dois celulares, e saiu iPhone, sem querer.”
Ah, bom. Não ajudou muito, porque num país desigual como o Brasil, o número de telefones celulares circulando não significa que cada brasileira tenha dois dispositivos, evidentemente.
“PERSEGUIÇÃO”
Guedes, se o conhecemos bem, vai dizer que está sendo perseguido por criticarem suas gafes aqui e ali. Mas, lembrem-se, isso não vem de agora. Não, não.
Ele já se juntou a Bolsonaro para chamar Brigitte Macron, mulher de Emmanuel Macron, de feia. “Ela é feia mesmo. Não existe mulher feia, existe mulher observada do ângulo errado”, afirmou Guedes, completando que havia muito “progresso” no atual governo.
Era 2019. Estamos vendo.
Depois da gafe internacional, disse ainda que o dólar mais alto é “bom para todo mundo”.
Olhem a explicação do ministro da Economia de Bolsonaro: com o dólar muito baixo, “todo mundo” estava indo para a Disney, inclusive “empregada doméstica”.
Tsc, tsc.
E ainda houve aquele dia em que criticou o FIES, o crédito estudantil, com o seguinte argumento: “Fies levou até filho de porteiro para universidade”
Viram só? Paulo Guedes virou o homem das gafes.
Triste de um país desigual e que ainda tem um ministro da Economia assim.
O filho do porteiro na universidade é prova de sucesso das políticas públicas, sinal de mobilidade social.
Guedes não só foi incapaz de avançar na política que prometeu realizar em quatro anos, mas tem sido um trapalhão ao falar.
O que mais impressiona é um ministro da Economia tão distante do Brasil real e das suas muitas agruras. Talvez ele não esteja nem aí…