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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

A nova vergonha de Augusto Aras 

Bolsonaro incentiva a violência contra profissionais da imprensa que são críticos aos seus pensamentos. Aras se apegou num pormenor jurídico para defendê-lo

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 dez 2021, 18h49 - Publicado em 14 dez 2021, 14h07

O procurador-geral da República, Augusto Aras, não desistiu de ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo depois de ser preterido com a escolha de André Mendonça.

A verdade é que não se fazem mais procuradores-gerais como antigamente. A resposta de Aras, após o covarde ataque de um coronel que trabalha para a presidência a uma jornalista na Bahia, é das coisas mais ridículas já vistas em Brasília.

Todos viram as imagens. O coronel Gustavo Suarez da Silva, que teve o nome revelado pelo Radar, ameaçou bater na jornalista Camila Marinho, apenas porque o microfone resvalou em suas costas.

O projeto de machão ridículo de Bolsonaro, que incentiva ataques à imprensa, especialmente contra jornalistas mulheres, merecia ser punido exemplarmente.

Mas como Augusto Aras respondeu?

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Defendeu, nesta segunda-feira, 13, a REJEIÇÃO de uma ação do partido Rede Sustentabilidade que visa impedir o presidente de atacar ou incentivar ataques à imprensa e aos profissionais da área.

“Como se vê, o requerente [Rede] deixou de explicitar quais os atos do presidente da República que pretende ver declarados como incompatíveis com preceitos fundamentais”, afirmou Aras.

Meu Deus do céu. Isso, um dia depois do ataque da presidência contra jornalistas baianos. Bolsonaro já humilhou, maltratou, ameaçou, ridicularizou e destratou diversos jornalistas no exercício da profissão.

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É público. Ele, o presidente, incentiva a violência contra profissionais da imprensa que são críticos aos seus pensamentos torpes. E Aras se apegou num pormenor jurídico para defendê-lo.

Se não pudermos contar com o Ministério Público Federal estamos fadados a termos uma eleição violenta no ano que vem, que elevará a vergonha brasileira a patamares ainda maiores no âmbito nacional e internacional. Isso, sem contar na possibilidade de uma tragédia contra um jornalista ou uma jornalista.

Uma coisa é a clara tentativa de Aras de coibir excessos do MPF. É legítimo. Outra, é a subserviência desonrosa do procurador-geral. Aras será tragado por essa vergonha. Suas mãos estarão sujas, ele virando ministro do STF ou não.

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