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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A saída de cena de Bivar e a jogada de mestre de ACM Neto

Ou... as últimas horas do atual presidente do União Brasil (antes da expulsão) e a ascensão de Antônio “ACM Neto” Rueda!

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h13 - Publicado em 19 mar 2024, 16h11
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  • A Executiva Nacional do União Brasil vai votar nesta quarta, 20, o parecer da senadora Professora Dorinha, designada para relatar o pedido de afastamento e expulsão do presidente do partido, Luciano Bivar. O caso foi encaminhado de forma quase unânime na semana passada por governadores, senadores e deputados da sigla.

    Não se sabe o veredicto da senadora do União por Goiás, ligada ao governador Ronaldo Caiado, mas a coluna apurou que as chances de Bivar se livrar das punições são nulas. Dos 17 votos da Comissão Executiva Nacional, bastam 11 – o mesmo placar que na quarta passada referendou o recebimento da denúncia.

    Oficialmente, a direção do partido quer tirar o poder de Bivar pelos motivos descritos na representação: ofensas e ameaças contra o vice-presidente Antônio Rueda e seus familiares, inclusive sua filha de 12 anos; indícios de motivação política criminosa nos incêndios que destruíram as casas de Rueda e da tesoureira do partido, Maria Emília Rueda (irmã do vice-presidente), no litoral pernambucano; violência política contra mulher – usou palavras de baixo calão ao se referir à tesoureira; validação de cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido e mesmo após parecer do Ministério Público Eleitoral em processo judicial que tramita no TSE contrário à desfiliação.

    Há outros fatores que merecem atenção. Bivar não dividia poder com a ala originária do DEM (leia-se ACM Neto, Ronaldo Caiado), teria nas mãos R$ 517 milhões de fundo partidário este ano e dificultava as negociações que lideranças estaduais vinham conduzindo para atrair novos nomes para o partido – em função da janela partidária que se fecha no próximo dia 5.

    O advogado – quase filho adotivo de Luciano Bivar – Antonio Rueda, sagrou-se presidente da sigla num movimento que Bivar chama de traição. Levado ao PSL e depois ao União Brasil pelas mãos de Luciano, Rueda era considerado seu braço direito.

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    Para pacificar os aflitos e manter o União Brasil um dos maiores partidos no parlamento, ACM Neto construiu nos bastidores o caminho de Rueda rumo à presidência e à expulsão de Bivar. Rueda pode até ser um excelente advogado, mas nem de longe conhece os meandros da política como o jovem veterano ACM Neto.

    Para quem conhece Brasília, aposta que Rueda na presidência do União Brasil foi jogada de mestre do neto de Antonio Carlos Magalhães, deputado federal por 3 mandatos, duas vezes prefeito de Salvador – e último presidente do DEM antes da fusão com PSL gerar o União Brasil.

    Com a iminente expulsão de Bivar, ACM Neto é agora o único “patriarca” da fusão dos dois partidos e esse status, mais que simbólico, o legitima a também comandar nos bastidores.

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