O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confirmou que a MP do salário mínimo teve “modificações e inclusões de temas” que o incomodaram. Em coletiva de imprensa, afirmou que essas alterações “não estavam realmente previstas”.
No dia 1º deste mês, a coluna revelou que o governo decidiu unir a MP das offshores à MP do salário mínimo – em um movimento político de tirar dos ricos, e dar aos pobres.
A ideia é taxar os brasileiros mais abastados – tão abastados que fizeram operações para enviar o dinheiro deles para fora do Brasil, mantendo esses montantes por lá, sem repatriá-los.
Esses fundos fora do país, ou offshores, estão hoje livres de taxação. A proposta do governo é passar a cobrar tributos sobre os rendimentos dessas aplicações financeiras de brasileiros no exterior.
Simbolicamente, juntar a taxação desses valores em paraísos fiscais na PEC do salário mínimo se transforma numa espécie de “operação Robin Hood” do governo Lula 3.
Ocorre que, como a coluna contou no dia 2 de agosto, Lira é contra a PEC das offshores e não gostou nem um pouco desse movimento político capitaneado pelo governo Lula através do deputado Merlong Solano (PT-PI).
Esse é mais um problema na delicada relação da atual gestão petista com o presidente da Câmara, que ganhou novos contornos nesta semana com o desabafo de Fernando Haddad, ministro da Fazenda.