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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

As duas ameaças ao pacote de Lula contra as tarifas de Trump

Governo implementa ‘estratégia tríplice’ — crédito emergencial, proteção ao emprego e diversificação comercial — para neutralizar golpe e evitar conflito

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 ago 2025, 15h38

 

 

 

No Salão Nobre do Planalto, Lula abriu o evento cercado de ministros e empresários atingidos pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. Foi direto: o Brasil “não tinha nenhuma razão para ser taxado” e não aceitará que se tente colar no país a pecha de violador de direitos humanos. 

O presidente ligou os pontos — as sobretaxas de Trump, o relatório crítico do Departamento de Estado e a ofensiva de aliados bolsonaristas — como parte de um mesmo enredo político.

Com voz pausada, disse que a soberania brasileira é “intocável” e que “ninguém deve dar palpite nas coisas que nós temos que fazer”. Rejeitou retaliações imediatas, mas avisou que o Brasil vai “continuar teimando em negociação” para reverter as tarifas, ao mesmo tempo em que buscará novos mercados. 

“Não quero conflito nem com o Uruguai, nem com a Venezuela, quanto mais com os EUA”, ironizou. E deixou um recado: a aposta feita por Washington “pode não dar certo”, porque quem usa “bravatas” e não quer negociar “são eles”.

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O presidente também aproveitou para responder ao relatório dos EUA que acusa o Brasil de retrocessos em direitos humanos. 

Como registraram Pedro Pupulim e Marcelo Ribeiro, na coluna Radar, aqui da VEJA: “Não aceitaremos nenhuma pecha de que o Brasil não respeita os direitos humanos. Nada está sendo feito no Brasil de forma arbitrária”.

A mensagem era clara: defender a democracia e o Judiciário brasileiros não é assunto para chancelarias estrangeiras usarem como munição política.

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O anúncio coube a Lula, mas o detalhamento foi dividido com Fernando Haddad e Geraldo Alckmin. Como explicou Camila Pati, aqui na VEJA, serão R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações para financiar empresas mais afetadas, com taxas acessíveis e prioridade às que dependem do mercado americano. Pequenas e médias poderão recorrer a fundos garantidores, e o acesso estará condicionado à manutenção do número de empregos. Inclui também prorrogação do prazo do drawback, diferimento de tributos, compras públicas de itens atingidos e ajustes no Reintegra, elevando a devolução de tributos para até 6% nas micro e pequenas.

Alckmin reforçou que governos federal, estaduais e municipais poderão priorizar, nas compras públicas, produtos fabricados por empresas atingidas pelo tarifaço — um socorro rápido para compensar a perda do mercado externo.

Haddad, por sua vez, deu o enquadramento político da crise: “Estamos em uma situação muito inusitada porque o Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático que seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo. Um país que não persegue adversários, imprensa, escritórios de advocacia, universidades, imigrantes legais ou ilegais… está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico”.

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Como já afirmei na coluna, o tarifaço não é apenas uma disputa comercial qualquer. É seletivo, perverso e, acima de tudo, político — articulado por aliados de Donald Trump e Jair Bolsonaro para atingir cadeias produtivas estratégicas, pressionar o governo e criar desgaste interno. Do mel do Piauí às frutas do Vale do São Francisco, passando por móveis e calçados do Sul, empresas perdem mercado, contratos são suspensos e empregos ficam ameaçados.

O governo aposta que a “estratégia tríplice” — crédito emergencial, proteção ao emprego e diversificação comercial — pode neutralizar o golpe sem abrir um conflito tarifário com os EUA. 

Mas o sucesso dessa rota dependerá da agilidade na execução e de vitórias diplomáticas concretas. Se a negociação emperrar e o dinheiro demorar a chegar na ponta, o “Brasil Soberano” corre o risco de ficar mais próximo de um slogan de resistência do que de um antídoto eficaz ao tarifaço.

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