O presidente Jair Bolsonaro decidiu fazer mais uma piada de mau gosto (porque neste momento da pandemia, com os casos caindo por conta da aceleração da vacinação, só pode ser isso) ao questionar por que foi impedido de entrar em um dos templos mais importantes do futebol: a Vila Belmiro.
“Eu queria ver o jogo do Santos agora… Me falaram que tem que estar vacinado. Por que isso? Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou a vacina. Por que cartão, passaporte da vacina?”, afirmou o presidente, que passa o feriado no litoral paulista.
Bolsonaro poderia ter se vacinado em abril deste ano, mas insiste no papel ridículo de negacionista e senhor antivacina. Enquanto isso, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até cem anos ao cartão de vacinação do presidente e a qualquer informação sobre as doses de vacinas que ele tenha recebido.
É uma piada. Imaginem daqui a cem anos descobrirem que Bolsonaro estava vacinado enquanto fazia esse papel patético, mas também perverso, de criticar a obrigatoriedade da vacina e minimizar os efeitos do coronavírus, que já matou mais de 600 mil pessoas no Brasil.
Agora ele faz isso no templo quase sagrado, onde nasceu Pelé, o maior esportista do século passado e maior jogador de futebol de todos os tempos.
Até quem não é santista, como eu, sabe a importância daquele estádio para o mundo do futebol. É um insulto do presidente. O Santos Futebol Clube teve que divulgar nota neste domingo, 10, explicando que não foi procurado pela equipe da presidência para autorizar a entrada do chefe do Executivo no estádio.
Seria ruim para o Santos se tivesse criado uma exceção a regra para um não vacinado por ser presidente. Seria uma carteirada sem a única carteira válida para o momento, o de vacinação.
Mas é possível que Bolsonaro nem quisesse ir ao jogo. Só queria causar, mais uma vez e usar a tática das narrativas, sua única forma de viver. Mais uma vez, lamentável.