Jair Bolsonaro não poderá atender o desejo do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, de ser exonerado a pedido. É assim que o presidente da República afaga seus subordinados que deixam o governo em meio aos mais diversos tipos de escândalos.
Bolsonaro tentou isso com o ex-secretário da Cultura que asquerosamente imitou a propaganda nazista, conseguiu fazer com o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro – acusado de tráfico de influência em um caso de corrupção – e estuda repetir o gesto com o presidente da Caixa, agora investigado por assédio sexual.
O presidente da República está sendo aconselhado a tratar Pedro Guimarães da mesma maneira, para fazer um gesto ao aliado de primeira hora – e que se aproximou muito dele durante a pandemia.
Se fosse no primeiro, segundo, terceiro ano do governo… seria mais fácil. Mas está, como diz um político aliado do presidente à coluna, preso ao cenário eleitoral.
Há meses, Bolsonaro tenta – e, diga-se, sem sucesso – reverter sua impopularidade com o eleitorado feminino, construída ao longo de anos de uma trajetória política marcada por um comportamento machista e misógino.
Chamou a primeira-dama Michelle para perto, mas ela tem resistido a aparecer mais para ajudá-lo com esse segmento do eleitorado. Pensou em colocar Tereza Cristina, da Agricultura, como vice, mas desistiu com medo de sofrer um impeachment em um eventual e remoto segundo mandato. Um general, para o presidente, parece ser o mais seguro.
Agora, enfrenta um forte desgaste com as nojentas denúncias contra o presidente da Caixa, reveladas pelos jornalistas Rodrigo Rangel, Fabio Leite e Jeniffer Gularte, do Metrópoles. A pedido, não vai rolar. Não se quiser tentar mudar sua péssima imagem com as mulheres. É o que está sendo debatido neste momento no Palácio do Planalto.