As investidas do centrão na primeira reforma ministerial de Lula 3 miram altos cargos e ministérios que atingem uma das pautas mais importantes para o líder esquerdista.
Até agora, os ministérios mais cobiçados pelo grupo político (nem tão à esquerda e nem tão à direita) são aqueles comandados por mulheres.
Ana Moser, no ministério dos Esportes, é um alvo. Mas há outros. A presidência da Caixa com Rita Serrano está sendo oferecida.
Antes, o centrão fez de tudo pela pasta da Saúde, de Nísia Trindade. Em meio à todos esses movimentos, o governo está pensando no Ministério da Gestão, de Ester Dweck.
Fala-se ainda em tirar Luciana Santos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, transferindo-a para o Ministério das mulheres, o que afetaria diretamente Cida Gonçalves.
Ou seja, são mudanças e trocas de seis dos 11 espaços ocupados por mulheres no governo. Mais da metade.
Nos últimos dias, surgiu também a ideia de oferecer o Ministério dos Direitos Humanos que hoje está com um ministro negro, Silvio Almeida – aliás, verdade seja dita, é muito bem avaliado.
Desta forma, o centrão pode ferir de morte toda a diversidade que Lula incluiu em seu primeiro escalão.
Defensor dela e da representatividade de todos os segmentos da sociedade, o presidente se vê agora coagido a entregar essas pastas que, além das questões citadas acima, foram pessoas escolhidas a estrategicamente por ele.
Ademais, o pior para um político como Lula é o fato disso atingir um importante segmento do eleitorado – e que, a propósito, foi fundamental para sua vitória na última eleição.
Todos sabemos, hoje as mulheres são a maioria da população brasileira. E são as cadeiras delas que podem fazer a diferença para o futuro político da esquerda, do PT e do próprio Lula.