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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Como o Brasil deve reagir aos podres poderes de Maduro

A escancarada ditadura venezuelana...

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 set 2024, 13h05
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  • O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. 31/07/2024
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (31/7/2024) (Gaby Oraa/Bloomberg/Getty Images)

    A história política da América Latina é marcada por períodos de turbulência e opressão, tantas vezes retratadas na literatura, na música, no cinema e nas artes de maneira geral. Porém, o momento pelo qual passa nosso país vizinho lembra muito a realidade dolorosamente retratada na obra “A Ditadura Escancarada” de Elio Gaspari. Na obra ele descreve os “anos de chumbo” da ditadura militar entre 1969 e 1974 ou entre o AI-5 e o fim da Guerrilha do Araguaia.

    Pois a cada dia que passa, o governo de Nicolás Maduro mais parece buscar ser retratado como um legítimo estado autoritário. Só isso justifica a prisão de Edmundo González Urrutia, o candidato oposicionista que desafiou Maduro nas urnas. A detenção do opositor é uma claríssima uma manobra para silenciar a já combalida oposição, mas também como um sinal alarmante de que o governo continuará a reprimir qualquer forma de dissidência.

    Outro exemplo da gravidade da situação é a iniciativa de agências de notícias que optaram por instituir avatares criados por IA (inteligência artificial) para driblar a repressão a jornalistas. 

    Recentemente o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim comentou sobre a sua preocupação com o número crescente de prisões políticas na Venezuela, refletindo uma escalada na repressão do regime. Ainda assim, o governo brasileiro ainda não foi contundente na sua posição contrária ao momento político venezuelano.

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    Mas o Brasil não está sozinho na sua pseudoneutralidade, tanto que em agosto de 2024, a Human Rights Watch criticou os presidentes Lula, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México), instando os três líderes a reconsiderar suas posições em relação à Venezuela e expressou críticas às suas propostas para solucionar o impasse.

    Se na literatura as atitudes de Maduro nos remetem aos anos de chumbo retratados por Gaspari, na música elas também nos levam a outro gênio: Caetano Veloso.

    O ano era 1984 e o Brasil vivia o prenúncio da abertura política, após duas décadas sob uma ditadura militar. Simultaneamente, o movimento Diretas Já ganhava força inegável, culminando em manifestações massivas por todo o país. Naquele ano era lançado o LP “Velô”, com a música “Podres Poderes”, criticando os abusos de autoridade na América Latina.

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    O mote da canção era justamente retratar os absurdos que vinham sendo cometidos por “ridículos tiranos” na América Latina. É curioso perceber que 40 anos mais tarde, ou – zil anos- para seguir parafraseando Caetano, a tirania siga se mostrando presente, tão indecente quanto no passado e disposta a “matar de fome, de raiva e de sede”, aqueles que a ela se contrapõem. Firme no papel de ridículo tirano, Maduro agora decreta que o calendário funcionará ao seu bel prazer, como o fez no decreto que antecipou o Natal para o dia 1º de outubro.

    Tudo isso reunido reforça a ideia de que é, no mínimo, impróprio que o governo brasileiro veja como um “dilema” a necessidade de condenar as ações de repressão do governo de Maduro. A posição até agora nada do governo brasileiro pode e será interpretada como uma aceitação tácita das práticas autoritárias do governo venezuelano, o que só serve para complicar mais a situação geopolítica na região.

    Cabe ao Brasil, juntamente com a comunidade internacional, assumir uma postura mais assertiva com respeito ao governo de Nicolás Maduro. A história nos ensina que o silêncio diante da tirania não apenas perpetua, mas também complica ainda mais a situação geopolítica na região. Agir agora contra as violações dos direitos humanos na Venezuela é não apenas uma obrigação ética, mas um gesto estratégico para garantir a estabilidade e a paz na América Latina.

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