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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Economista acredita em recuperação em V

A queda do PIB no 2º tri foi forte, mas os sinais de melhora já estão aparecendo e a extensão do auxílio emergencial evitará o “abismo na renda”

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2020, 10h28 - Publicado em 1 set 2020, 10h07
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  • O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, acredita que a queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no segundo trimestre do ano foi um pouco pior do que o esperado por analistas, mas há vários sinais de melhora dos números após o mês de abril. Padovani disse que essa leitura aponta para uma recuperação em V, expressão usada pelos economistas quando querem dizer que a economia cai e volta rapidamente.

    Conforme dados divulgados pelo IBGE nesta terça, 1º, o PIB brasileiro caiu 9,7% no segundo trimestre do ano em comparação com os primeiros três meses. Segundo Roberto Padovani, o consenso de especialistas é de que a queda seria menor, de 9,1%, mas os números vieram em linha como o esperado. “Os números depois de abril são melhores do que o esperado. A recuperação da economia está sendo em V, uma recuperação mais rápida, e isso explica esses números mais ajustados para um patamar melhor”, afirma o economista.

    Segundo o especialista, o impacto positivo do setor externo e o auxílio emergencial, que resultou em um ganho expressivo de renda, são os principais responsáveis pela recuperação que está se desenhando no cenário. Além disso, a taxa de juros baixa atenua a queda de alguns segmentos, como a indústria. “Tem um terceiro fator que ajuda, mas tende a ganhar mais fôlego a partir de agora, que é a taxa de juros. Os juros estão muito baixos e isso ajuda a preservar um pouco a indústria, por exemplo”, explica.

    Para Padovani, o dado do segundo trimestre confirma uma recessão menor do que a esperada para este ano, embora o coronavírus tenha tido um impacto muito relevante na economia. “É uma sinalização que mostra realmente um impacto absolutamente relevante do coronavírus, mas com uma recuperação mais rápida do que se imaginava. Portanto, os números são melhores do que se esperava tanto para o trimestre quanto para o ano”.

    Para o economista, o terceiro trimestre será marcado por uma recuperação forte da economia. A extensão do auxílio emergencial até dezembro em R$ 300, por exemplo, vai evitar o chamado “abismo da renda”, ou seja, uma queda brusca na receita dos brasileiros com o fim da ajuda do governo. As projeções para o quarto trimestre, no entanto, ainda são incertas e indicam uma recuperação mais moderada.

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    “A dúvida é como vai ser o 4º trimestre. Você tem uma queda forte no segundo, uma recuperação forte no terceiro e aí já começa a voltar para um patamar de cruzeiro. Então o quarto trimestre deve ser uma alta mais moderada. Então acho que a resposta é: terceiro trimestre forte e quarto trimestre mais moderado”, aponta.

    Em relação a 2021, o economista acredita que, mesmo com o fim do auxílio, o impulso externo com outras economias crescendo, como a China, e a taxa de juros devem impulsionar o mercado brasileiro. Para ele, o crescimento no próximo ano será sólido.

    “Você tem dois motores empurrando a economia ano que vem: impulso externo e juros reais negativos, um impulso monetário a despeito da queda que se espera na renda. Como a economia está sendo empurrada por exportações e juros, isso acaba afetando o mercado de trabalho, melhorando o mercado de trabalho e atenuando o impacto da renda”, acredita Roberto Padovani. O economista quer dizer com isso que as exportações vão ser ajudadas pelo dólar alto, e que os juros baixos no mundo inteiro ajudarão os investimentos. Isso pode permitir a recuperação do emprego a médio prazo.

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