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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Esquerda, centro e direita reagem às suspeitas de ataques no 7 de Setembro 

Coluna revelou que órgãos de inteligência investigam planos de confronto no Dia da Independência

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 ago 2022, 14h55 - Publicado em 3 ago 2022, 20h36

Políticos de diversos partidos reagiram à revelação de que órgãos de inteligência estão investigando uma suspeita de ataques ao 7 de Setembro, com viés golpista, para atrapalhar o curso da eleição de 2022.

Revelada pela coluna, a informação aumentou o clima de tensão nos dois meses que antecedem as eleições. Após o assassinato de um dirigente petista por um bolsonarista em Foz do Iguaçu, ficou evidente que é preciso agir para coibir violências nos próximos dias.

O ato criminoso que está sendo investigado, segundo informado à coluna, seria planejado para ferir os próprios bolsonaristas, gerar pânico na sociedade e, em seguida, colocar a culpa na esquerda.

Diante do caso, a deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL, afirmou que apresentou, junto com a bancada do partido, um pedido de convocação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, para dar explicações na Câmara.

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“Diante da revelação do repórter Matheus Leitão de suspeitas de autoataques de bolsonaristas no 7 de Setembro, apresentei junto com a bancada do PSOL a convocação do ministro Heleno para dar explicações. O golpismo não vai criar factoides para mudar o curso das eleições”, afirmou ela, no Twitter.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), um dos coordenadores da campanha presidencial de Lula, repercutiu o caso, afirmando: “N ão vamos aceitar ações golpistas! Bolsonaro pode tentar manipular o povo criando factoides políticos para que a população se volte contra o setor democrático. Não irá conseguir!”.

Como informou a coluna, as fontes da informação – relacionada à suposta conspiração em curso no Brasil em pleno 2022 – não afirmaram que há envolvimento de integrantes do governo federal, inclusive do presidente, e nem mesmo do Exército. Mas dizem que o caso se assemelha ao do Riocentro, em 1981, organizado por agentes da ditadura, que, na época, não queriam a abertura política.

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Outra parlamentar que comentou o caso foi a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ): “As instituições precisam agir e o povo tem que dar o recado: golpismo não se cria!”

A vereadora paulista Érika Hilton (PSOL) também usou o Twitter para repercutir o assunto. “É esse o nível que o bolsonarismo atinge. É isso que o discurso de Bolsonaro produz”, escreveu.

Políticos de centro também repercutiram o caso, como o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). À coluna, o parlamentar afirmou que suspeita de que “teremos muitos problemas em breve”. Acrescentou, “vamos superar, mas não dá para prever o tamanho dos danos”.

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Entre políticos de direita, o tentativa foi  menosprezar a informação passada à coluna. O deputado estadual Major Mecca (PL-SP), do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, questionou em uma rede social: “Queria saber quais órgãos, pois os P2 dos batalhões jamais deixariam vazar informações desse tipo”.

Analisando os últimos acontecimentos, não dá para descartar a possibilidade de haver uma escalada de violência no país, fruto do radicalismo e da falta de diálogo presentes no cenário político.

Como bem lembrou o historiador Murilo Cleto, que pesquisa a memória da ditadura militar nas lentes das novas direitas brasileiras na UFPR, algo desse tipo não aconteceu apenas no Riocentro, mas também em 1962, quando foi criado o Movimento Anticomunista (MAC) em resposta à decisão do governo brasileiro de reatar relações diplomáticas com a União Soviética.

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O clima de acirramento da tensão política estimulado pelo presidente da República, que extrapola em muito a natural polarização de qualquer disputa eleitoral, é o ambiente em que se formam grupos radicais.

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