Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Lei de Segurança Nacional é um horror que precisa desaparecer, diz Técio

Um dos maiores advogados do país explica por que a lei, que começou a ser derrubada na Câmara, é inconstitucional

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 Maio 2021, 08h42 - Publicado em 6 Maio 2021, 08h15
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Lei de Segurança Nacional (LSN) tem que ser revogada. Ela não foi “recepcionada pela Constituição de 1988” e, por isso, é inconstitucional. Quem defende a ideia é um dos maiores advogados do país, Técio Lins e Silva, que iniciou a sua carreira profissional defendendo perseguidos políticos das versões até mais duras desta lei criada pelos militares para tentar calar os opositores do regime. “Essa Lei de Segurança Nacional é um horror, é inegavelmente um entulho autoritário que deve desaparecer do nosso ordenamento jurídico”, declara. Nessa terça, 4, a Câmara aprovou o projeto que derruba a LSN, mas ainda é preciso passar pelo Senado. É o começo do fim de uma legislação que teve versões piores e uma péssima história.

    O problema, segundo ele, se agrava quando até o Supremo Tribunal Federal (STF) invoca a lei, ainda que a sua inconstitucionalidade seja clara, já que ela não foi aceita pela Constituição de 1988. O STF a usou recentemente contra um aliado do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Daniel Silveira, mas o governo a tem invocado contra os seus críticos. Criou-se assim uma situação das mais complexas. 

    “Há ao menos cinco ações no Supremo considerando a Lei de Segurança Nacional inconstitucional, ou não recepcionada pela Constituição. Em alguns momentos, ministros da corte declararam essa inconstitucionalidade, mas agora, no caso do deputado, por 10 a 0, foi aplicada a Lei. Portanto, há um certo desconforto com o entendimento que o próprio STF tem dado aqui e acolá, ora alguns ministros dizem que as regras constitucionais não foram recepcionadas, ora aplica-se a própria lei”.

    Técio começou a sua vida profissional defendendo jovens, da sua idade à época, contra versões duríssimas dessa lei que previa pena de morte e prisão perpétua contra opositores do regime. Ele conta que certa vez “ganhou uma causa” porque a pessoa que defendia ficou “só” com prisão perpétua, escapando da pena de morte. Depois, a penalidade foi reduzida para 30 anos. Técio Lins e Silva relatou o caso para mostrar como essa lei tem uma origem no pior momento da ditadura. Segundo Técio, houve versões anteriores que eram “decretos” nem mesmo uma legislação.

    “Eu me lembro de um juiz, sem qualquer envolvimento, preso num quartel, sem ordem, sem processo, sem nada. Ao sair ele escreveu uma carta ao presidente do Tribunal contando o que houve e a carta foi enviada ao Ministério Público e ele foi denunciado por ofender as autoridades constituídas. O crime de calúnia tinha uma pena altíssima e era interpretado como atentado à segurança nacional. As leis eram muito duras e muito ruins”, diz. 

    Continua após a publicidade

    A versão atual, em vigor, é de 1983, mas permanece um “entulho autoritário” que ele define como inaceitável. Para o advogado, o Congresso tem que votar uma nova lei de defesa do Estado. Mas não do governo de plantão. “O Congresso precisa votar uma lei do Estado porque o Estado precisa se defender. Mas uma lei do Estado Democrático de Direito, não de um governo”.

    Técio também é a favor de que a defesa do Estado seja incluída no Código Penal, uma lei que tem mais de 80 anos e está, portanto, consolidada.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.