Michelle Bolsonaro recua e tem que virar à esquerda
Ou… Mulheres bolsonaristas contra… Mulheres
A ex-primeira-dama (e presidenciável) Michelle Bolsonaro teve que recuar de um comentário feito na esteira da equiparação salarial entre homens e mulheres, uma bandeira contra a qual a direita sempre se posicionou contra.
Em um dia chave para esse avanço civilizatório, Michelle afirmou:
“Nós queremos erradicar a cota dos 30%. Nós queremos a mulher na política pelo seu potencial”, disse a presidente do PL Mulher sobre as cotas partidárias de candidatos para pessoas do sexo feminino.
Extremamente criticada nas redes sociais, a ex-primeira-dama gravou um vídeo recuando:
“Retificando: eu sou a favor da cota, sim! Nós queremos mulheres na política pelo seu potencial, pelo seu protagonismo. Nós não queremos apenas cumprir uma cota de 30%, nós acreditamos no potencial de cada mulher que entra na política brasileira”.
Ou seja, Michelle ia marchando numa direção e teve que fazer um meia volta volver.
As declarações aconteceram durante e após a aprovação de um projeto no Congresso que institui série de medidas para garantir a igualdade remuneratória entre mulheres e homens no exercício da mesma função.
Uma vitória da base do governo Lula no Congresso – pouco falada – e que não teve apoio de “estrelas” do bolsonarismo como Carla Zambelli, Bia Kicis e Rosângela Moro. Todas elas falaram no microfone da Câmara contra salários iguais para as mulheres, e depois votaram de forma vergonhosa.
Mas o que o recuo de Michelle Bolsonaro revela?
Primeiramente que as mulheres bolsonaristas têm preconceito contra as próprias mulheres e acabam se perfilando ao lado de quem defende os privilégios masculinos. Segundo, que isso pega mal hoje até entre as conservadoras. Por isso, Michelle teve que virar à esquerda. Vejam vocês.