Moro se queima, Lula e Bolsonaro comemoram
Saída do Podemos prejudicou ainda mais imagem do ex-juiz
A indecisão de Moro sobre seu futuro político está custando caro à imagem do ex-juiz, já tão arranhada após a Lava-Jato e o trabalho como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
Pouco mais de quatro meses depois de se filiar ao Podemos com a promessa de ser a força da terceira via, o magistrado desistiu do partido, foi para o União Brasil, causou atritos dentro das duas legendas e ainda não sabe se conseguirá se candidatar à Presidência.
Isso, já sabemos.
Mas as mágoas em relação a Moro dentro do Podemos são várias. O partido gastou 3 milhões de reais com o ex-ministro, e dirigentes falam em traição e descaso.
No União Brasil, o clima também não parece positivo. Moro é uma pessoa instável e todos já perceberam isso.
Num dia, afirmou que desistia da pré-candidatura ao Planalto. Um dia depois, disse que não desistiu de nada.
A reação veio rápido e o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, e o secretário-geral do partido, ACM Neto, disseram em comunicado que a filiação de Moro tem como objetivo um “projeto político-partidário” em São Paulo.
A mensagem foi clara, mas Moro ainda tem alguma força e há possibilidade — mesmo que remota — de que ele consiga disputar a corrida presidencial.
Enquanto Moro se queima, Lula e Bolsonaro comemoram.
O ex-juiz que era a grande promessa para acabar com a polarização tem se mostrado inconstante, vaidoso e indeciso em relação ao que realmente quer fazer na política.
Se continuar a arrumar confusão, vai acabar não sendo candidato a coisa nenhuma ou, se for candidato, pode perder ainda mais votos por causa das atitudes atrapalhadas dos últimos meses.