
A antiga máxima de que, no Brasil, o que decide a eleição é a rejeição dos candidatos parece prevalecer ainda nesta véspera do pleito de 2026, a se julgar pelos resultados da Pesquisa Latam Pulse que mostraram Jair Bolsonaro à frente de Lula, no cenário hipotético em que o ex-capitão recobra a elegibilidade.
Quatro anos atrás, quando Bolsonaro reunia apoiadores no chiqueirinho da Alvorada, era Lula quem despontava nas sondagens: àquela altura, já estava elegível por decisão do ministro Edson Fachin – que, em março de 2021, anulou os processos do petista originados na 13ª vara federal de Curitiba.
Diferentemente do atual presidente da República, Bolsonaro tem poucas ou nenhuma chance de reaver a autorização para aparecer nas urnas; todavia, se fosse possível (e a Pesquisa Pulse Latam o demonstra) retomaria o cargo – não por mérito próprio, é claro, mas pelas deficiências do atual ocupante da cadeira.
Antes disso, o PT de Lula – por meio de Dilma Rousseff – também foi enxotado da Presidência da República. E, se retornou ao posto, o motivo, da mesma forma, não é outro senão o descalabro dos quatro anos de Bolsonaro.
Ou seja, infelizmente, a eleição presidencial no Brasil se tornou um plebiscito a respeito do desastre passado. Como consequência, o voto se converte em instrumento de autoflagelo do cidadão, que acaba por punir a si mesmo ao invés de buscar projetos de futuro.