Se a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal mudará o curso da eleição para a prefeitura de São Paulo, isto é incerto. Mas os números da primeira pesquisa após o absurdo ato de violência são assustadores neste sentido.
Quem deu a cadeirada cresceu dois pontos percentuais. Quem levou a cadeirada perdeu três pontos percentuais. É ou não é sintomático (mesmo que seja cedo para dizer levando em consideração a margem de erro)?
Por mais que ninguém queira o marçalismo – desculpe, ninguém é exagero quando analisamos os números percentuais do ex-coach nos levantamentos -, é um absurdo que uma cadeirada ressuscite outro candidato.
Na pesquisa Quaest divulgada nesta quarta, 18, Ricardo Nunes manteve 24%, Guilherme Boulos subiu de 21% para 23%, enquanto Marçal recuou de 23% para 20% e, vejam vocês, leitores, Datena ultrapassou Tabata Amaral, subindo de 8% para 10%.
Caso isso seja a salvação da lavoura para o tucanato, o Brasil realmente caminha para o abismo do abismo após o surgimento do bolsonarismo e sua possível mutação para o marçalismo.
Agora, além do extremismo, do negacionismo, do terraplanismo e do coachismo na política, veremos a social-democracia, de Mário Covas, Franco Montoro, FHC e José Serra, ressuscitando da UTI com um apresentador de TV candidato… e destemperado.
Que fique claro: se essa tendência dos números se confirmar nas próximas pesquisas, justamente como consequência da cadeirada de Datena em Marçal, a salvação do tucanato será também a tampa do caixão na social-democracia brasileira.
Por mais contraditório que isso possa parecer.